Cambalacho!

É verdade que vidas estão sendo salvas e isso é importante, mas não parece sensato recompensar o assassino por ele matar um pouquinho menos.

Para muitos políticos europeus encontrar uma razão para levantar as sanções contra o regime de Cuba é uma necessidade absoluta.Alguns porque querem salvaguardar a legitimidade do princípio revolucionário, outros porque consideram, como muitos líderes latinoamericanos, que é uma hipocrisia castigar Cuba enquanto tratam de melhorar as relações com outros regimes, como o chinês, que é tão cruel como o castrista. Por Florentino Portero

O governo de Havana disse em palavra e por escrito: não consideram avançar para uma democracia e nem planejam respeitar os direitos humanos. Não enganam mais os que estão empenhados em engarnase. Eles entendem que é possível se beneficiar se fizerem determinados gestos ao gosto da diplomacia ocidental, que não ponham em perigo a estabilidade do seu regime.

O setor mais colaborador da Igreja cubana e a diplomacia mais colaboracionista entre as Européias planejam uma operação singular: o regime de Castro tira do país alguns opositores, envolvidos em privação dos direitos básicos, e nós agradecemos e premiamos. Outros cubanos ocupam essas celas por defender sua liberdade, mas para muitos europeus, isto é o de menos. O que realmente importa é que o regime castrista os ouviu; que o diálogo é possível; e que há esperança de ir além se levantarmos as sanções.

É verdade que vidas estão sendo salvas e isso é importante, mas não parece sensato premiar o assassino por ele matar um pouquinho menos. A diplomacia espanhola e a Igreja Católica estão fazendo o jogo da ditadura comunista facilitando que os opositores saiam do país. Se nos empenharmos eles nos enviarão milhares de pessoas, como fizeram com Carter, mas isso não é um avanço, e sim um alívio para a ditadura.Abc.es – Tradução do FiladaSopa