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14 de julho de 2010

O papel das estatais no projeto de Lula

A história ensina que Estado forte não é Estado grávido de estatais. Mas Lula criou, em oito anos de governo, 11 estatais. E vem aí mais uma, antes da eleição: a Segurobrás. O maior projeto de Lula e do grupo que o acompanha no poder é instalar no Brasil uma espécie de "capitalismo" de Estado, com o governo e suas estatais ou para-estatais dando as cartas e as direções. Essa história de "Estado indutor" tão presente no discurso de Dilma Rousseff é a senha. Nada secreta. Para o lado mais duro, digamos assim, do PT, é uma questão ideológica, de princípios.


No fundo, é um tributo que Lula está pagando aos companheiros que aceitaram os desvios pragmáticos e malabarismos políticos que ele praticou nesses oito anos, contrários a todas as pregações anteriores. Para os aliados, como o PMDB, é objetiva, pragmática, pois ideologia para eles é coisa secundária: quanto mais estatais, mais sinecuras a partilhar.

A história ensina que Estado forte não é Estado grávido de estatais. Pelo contrário. Estado inchado de empresas públicas é estado privatizado para a burocracia e para o esquema político-partidário. Por José Márcio Mendonça - jornalista e analista político - Material completo aqui


É A SEGUROBRÁS
A única razão para a criação dessa nova empresa - e esta jamais será admitida - é a de que essa estatal está destinada a ser mais um cabidão de empregos para a cupinchada política e, afora isso, se transformará em nova fonte, digamos assim, de financiamento de campanha. É o governo Lula em final de mandato plantando para o futuro. Celso Ming – O Estado de São Paulo


A estatolatria presidencial não serve ao processo de desenvolvimento do país. Nos regimes de economia de mercado, como o vigente no Brasil, só por excesso condenável o Estado pode alijar o setor privado de funções que lhe são próprias. Daí por que a Carta Constitucional inclui entre os princípios da ordem econômica e financeira a valorização da livre iniciativa e do trabalho humano (art.170). Faculta-se ao aparelho estatal explorar atividades no campo reservado aos particulares quando justificáveis por motivos excepcionalíssimos. Não é o que sucede na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Correio Braziliense

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