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23 de agosto de 2010

Brasília, campeã em roubos e furtos

Como não? Brasília é o símbolo nacional da degradação moral. É óbvio que esse ambiente exerce forte influência sobre a população, principalmente local

A cidade hospeda os parasitas do Poder da República e os brazilienses estão mais expostos aos efeitos nocivos dessa convivência maligna. Como resultado o que vemos é trágico: o tecido social está tomado por um processo de corrosão muito mais agressivo que em qualquer outra parte do país.

A capital é um universo degradante cujo padrão de moralidade produz as piores enfermidades(social e moral): enquanto que, de um lado, temos a riqueza de uma casta que, apesar de não produzir um só parafuso, ostenta o maior PIB per capita do país; de outro, observamos a pobreza absoluta, que literalmente cavouca no lixo para poder se alimentar. Brasília é o retrato escarrado da miséria humana, de uma população que sofre os efeitos diretos dessa alta concentração de corruptos. Por FDS (Arthur)

A matéria do Jornal de Brasília: Capital do sonho de Dom Bosco tem cada vez mais pesadelos.





Dados da Divisão de Estatísticas da Polícia Civil demonstram que Brasília é a campeã em número de roubos e furtos no DF. Apesar da aparente tranquilidade do Plano Piloto, quando comparado com outras localidades, Brasília é a cidade com o mais alto índice destes crimes. Entre janeiro e julho de 2010, foram registradas 12.406 ocorrências de roubo e furto, enquanto Ceilândia fica em segundo lugar, com 7.431, e Taguatinga, em terceiro, com 7.045. (clique no quadro para ampliar)

Os maiores índices são de furtos de carros e em comércios, além de mais de 5 mil a transeuntes. Autoridades policiais e especialistas revelam que o principal atrativo para os criminosos é o maior poder aquisitivo dos moradores e servidores públicos no Plano Piloto e a falta de atenção das pessoas.

Segundo dados da última Pesquisa Distrital de Amostra de Domicílios (PDAD), de 2004, a média de renda familiar dos moradores de Brasília é de 19 salários mínimos, aproximadamente R$ 9.690. A renda per capita dos brasilienses também é alta, na média de 6,8 salários, cerca de R$ 3,5 mil.

A desatenção levou Antônio (nome fictício), 24 anos, morador do Plano Piloto, a ter um prejuízo de aproximadamente R$ 4 mil. Ele foi com alguns amigos para um barzinho na Asa Norte e estacionou, como de hábito, nas vagas internas da superquadra. Em torno das 20h, voltou e encontrou o vidro traseiro de seu carro estourado, tendo sido levados o laptop, pen-drive, livros da faculdade, um HD externo e documentos do trabalho. Os equipamentos estavam dentro do porta-malas. "Não tenho mais tranquilidade de deixar meu carro em estacionamento nenhum. Naquele dia, o porteiro, que testemunhou assustado à ação dos ladrões, explicou que eles furtaram outros dois veículos no mesmo local. Não deixo mais nada dentro do carro", disse Antônio. Ele já teve dois sons de carro roubados no estacionamento da faculdade.

Brasília é recordista, com 2.229 furtos no interior de veículos. Taguatinga e Ceilândia, cidades supostamente mais violentas, têm apenas 818 e 492 em Ceilândia, entre janeiro e julho deste ano.

TRANSEUNTES
Outro índice alarmante é o número de furtos a transeuntes. São 5.105 casos registrados nas Asas Sul, Norte e Área Central só em 2010. De acordo com o delegado de Repressão a Furtos, Alberto Vieira, este é um dos crimes mais difíceis de evitar. "As pessoas não se preocupam com a própria segurança. Atendem celulares de forma desatenta em pontos movimentados, abrem bolsas sem olhar em volta", disse o delegado. Taguatinga é o segundo lugar onde mais acontecem estes descuidos, com 1.737 ocorrências. e Ceilândia vem em terceiro, com 1.343.

Para o delegado-chefe da 5a DP, Laércio Rosseto, que é responsável pela Área Central de Brasília, a grande movimentação nos embarques e desembarques na Rodoviária do Plano Piloto, metrô e paradas dos setores comerciais provocam os ladrões. "É importante cuidado com os esbarrões propositais", disse o delegado. Nessa última semana foram iniciadas duas grandes operações policiais na área central de Brasília para coibir várias formas de crime.

Empresários assustados
Há dez dias, o Jornal de Brasília noticiou que dois homens invadiram uma loja de tintas na 510 Sul e fizeram os oito funcionários e o proprietário da loja reféns. Frustrados pelo pequeno valor em caixa, jogaram thinner em cima de alguns funcionários, ameaçando atear fogo neles. Um dos funcionários, que conseguiu fugir, chamou a PM, que rendeu os assaltantes.

Em entrevista ao JBr, o dono da loja, Sakuichi Iamada, que chegou a ser agredido pelos assaltantes, diz que a PM foi rápida, o que garantiu o flagrante e evitou que alguém fosse queimado. Ainda assim, uma semana e meia depois do fato, ele alega que o policiamento enfraqueceu novamente. "Está tudo como antes. Não temos segurança", disse o empresário. Ele já teve a loja assaltada em outra situação.

Só nestes primeiros sete meses do ano, 87 roubos a comércio foram registrados. Postos de gasolina também são alvo constante dos assaltantes. Só neste ano, 70 deles foram roubados. Os roubos, diferentemente dos furtos, são ações criminosas nas quais há emprego de violência, armada ou não. Nos primeiros sete meses de 2010, 1.302 pessoas já foram assaltadas.

De acordo com o coronel Carlos Alberto Teixeira, chefe do Departamento Operacional da PM, à noite também está sendo feita a Operação Etanol, para reprimir roubos a postos de combustível. Na sexta-feira 13, na Quadra 206 Sul, dois homens foram presos portando chave de um carro, chave de fenda e uma lanterna. Após a abordagem, seguiram com o suspeito até a casa dele na Octogonal, onde foram encontrados cinco notebooks, 20 celulares, 20 câmeras digitais e outros produtos supostamente provenientes de furtos. O coronel Alberto Teixeira alerta para que ninguém deixe equipamentos eletrônicos nos veículos. "Vemos guitarras, câmeras e coisas caras. As pessoas têm que cuidar mais dos objetos para prevenir", disse.

Para o presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Brasília, Saulo Santiago, os crimes no Plano Piloto têm relação com a quantidade de viciados em crack e de moradores de rua. Além disso, para ele fica óbvio que muitos bandidos estão de olho na condição de vida das pessoas. Ainda assim, Santiago espera que a polícia possa promover mais patrulhamentos nas ruas e não fique confinada nos Postos Comunitários de Segurança (PCS).

Segundo o coronel Alberto Teixeira, também houve reforço da Operação Cosme e Damião, que faz o policiamento ostensivo em duplas nas ruas, com 150 policiais a mais.

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