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12 de agosto de 2010

Chavez se entende com Tiranos e Narcoterroristas

De acordo com vários informantes, a mina foi fechada e cerca de 4.000 moradores foram expulsos, a fim de que técnicos brasileiros e iranianos pudessem estabelecer operações de extração de urânio na região. Alto Caura será a segunda mina a fornecer urânio para o Irã e seu programa nuclear – a primeira mina também está no estado de Bolívar, perto da fronteira com a Guiana”.

Hugo Chávez da Venezuela tem viajado extensivamente pelo mundo nos 11 anos de sua presidência. - por John R. Thomson

Além de suas freqüentes viagens regionais aos líderes aliados na Argentina, Bolívia, Equador e Nicarágua, ele intercambiou várias visitas com seus homólogos iranianos e russos, bem como realizou freqüentes, muitas vezes clandestinas, reuniões com altos funcionários das Farc, grupo carente ideológico que se autoproclama Comunista/esquerdista – flagelo do narcotráfico colombiano.


Juntamente com Cuba, essas relações são a razão pela qual é imprescindível que os Estados Unidos e países aliados no hemisfério ocidental e Europa enfrentem a ameaça real que o regime de Chávez representa. Tratar o déspota venezuelano como uma ameaça que está em declínio é, portanto, perigoso e um sério risco desnecessário para a paz e estabilidade da região.

Nenhum de seus aliados próximos, juntamente com a China, vão desistir facilmente de seus amplos negócios. Pelo contrário, há grandes indícios de que os líderes de Cuba, Irã e Rússia estão plenamente conscientes sobre o estado catastrófico da Venezuela e, portanto, preparados para ver Chávez afastado de seu cargo. Eles não estão preparados, no entanto, para se verem impedidos de usufruir dos benefícios de sua participação na Venezuela.

Irã se move para ficar
O Ministério de Minas e Energia da Venezuela há muito tempo operou
um laboratório sofisticado, composto por pessoal local com experiência técnica. Há vários anos, os assessores do Irã começaram a trabalhar neste laboratório e, hoje, toda a equipe é iraniana para desgosto dos antigos empregados venezuelanos. O laboratório analisa as amostras de urânio e fornece relatórios aos funcionários do programa nuclear iraniano. O laboratório de Caracas é uma parte pequena, mas importante, que se converteu em uma empresa de grande envergadura do Irã na Venezuela: a exploração, a mineração e o refino do urânio venezuelano para seu programa nuclear.

Em 24 de abril em Canaima, Estado Bolívar, no sul da Venezuela, o vice-presidente do país, Elias Jaua, ficou sentado em sua aeronave oficial Beechcraft King, com os motores ligados, na pista em frente ao terminal aéreo de Canaima, à espera do último dos oito ministros que haviam viajado com ele no dia anterior para o sul da Venezuela.

O Parque Nacional Canaima é uma atração turística espetacular, incluindo, entre outras maravilhas, o Angel Falls, a maior cascata do mundo. Sem dúvida, a visita dos membros-chave do regime de Chávez era um assunto de negócios. Sua missão era tão importante que quatro helicópteros armados russos e um veículo militar C-130 estavam à mão, junto com mais de uma dezena de altos oficiais militares em serviço temporário em Canaima.

Além da comitiva de Jaua, o general Hector Francisco Ruiz, sua esposa e três oficiais superiores do exército foram alojados em Waku Lodge com uma dúzia de soldados em uma instalação nas proximidades. Uma grande sala no pavilhão foi criada como posto de comando tropical. Os moradores locais disseram que havia outro com mais de 100 soldados que tinham ido à Canaima rapidamente antes da operação na mina de ouro e diamantes no Alto Caura, cerca de 62 milhas a oeste.

O vice-presidente Jaua havia aceitado formalmente o controle da mina, em nome do governo, como uma demonstração de preocupação com a maneira como as “máfias capitalistas” internas e externas estavam destruindo a natureza e tomando ilegalmente as riquezas do país. O ministro da Defesa Mata Figueroa anunciou mais tarde a detenção de vários cidadãos os quais ele acusou como responsáveis pela destruição de quatro quilômetros quadrados de floresta virgem.

De acordo com vários informantes, a mina foi fechada e cerca de 4.000 moradores foram expulsos, a fim de que técnicos brasileiros e iranianos pudessem estabelecer operações de extração de urânio na região. Alto Caura será a segunda mina a fornecer urânio para o Irã e seu programa nuclear – a primeira mina também está no estado de Bolívar, perto da fronteira com a Guiana. Segundo os moradores, os técnicos iranianos periodicamente se unem com suas esposas - que ficam em Caracas - em uma base em Canaima, nos fins de semana para relaxar.

A área de mineração está localizada perto do Rio Caura e se estende para o norte até o grande rio Orenoco, e na Ciudad Bolívar está situada uma fábrica de tratores da Venezuela e do Irã. A fábrica realmente produz pouco ou nenhum trator, mas serve como armazém regional de armamentos e instalação para fabricação de explosivos. Provavelmente a fábrica será ampliada para refinar urânio. Da Ciudad Bolívar, o Orenoco flui para o Oceano Atlântico.

A “fábrica de trator” é um dos quatro apregoados projetos industriais conjuntos, incluindo uma fábrica de "bicicleta", ironicamente, a intenção é construir bicicletas “atômicas” de marca, mas na realidade ela refina urânio; também existe uma fábrica de “cimento” que serve como armazém, onde pacotes de cocaína são colocados nos sacos marcados como "cimento” e exportados para a África Ocidental e transbordados para a Europa.

Barcos e barcaças navegam pelos rios Orenoco e Caura carregando uma variedade de exportações legais e ilegais à espera das embarcações do alto-mar. Um deles relatou que a linha de transporte de cargas, a IRISL, uma joint venture da Venezuela e Irã, tem um passado acidentado: em dezembro de 2008, as autoridades do porto turco de Mersin apreenderam 22 conteneurs rotulados como "peças de trator" e que na realidade estavam cheios de armas e matérias-primas com destino a Venezuela.

Apesar da mineração e refino de urânio ser um empreendimento importante, o Irã tem vários outros interesses, incluindo plantas de processamento de alimentos lácteos, atum, exploração de farinha de milho, azeite, serviços financeiros, incluindo lavagem de dinheiro, treinamento militar especializado e espionagem eletrônica.

É confiável uma informação de que o Hezbollah está centrado na "conversão" de indíos da Venezuela e da Bolívia para o radicalismo muçulmano xiita, incluindo a formação de membros da tribo em táticas de atentados suicidas. Na Venezuela a atividade é focada principalmente no setor de Guajira, entre o povo Wayuu, perto da fronteira com a Colômbia.

De sua forte base na Venezuela, o Irã tem estabelecido atividades importantes em meia dúzia de países latinoamericanos, em particular uma série de programas com o Brasil e bancos freewheeling no Panamá.

Armas da Rússia
Houve muita publicidade acerca da grande venda de armas russas ao regime de Chávez. Tudo começou com a compra de 100 mil fuzis AK-47 Kalashnikov automáticos e licenças para produzir o fuzil e munição na Venezuela. Além das Forças Armadas venezuelanas, as armas foram distribuídas às milícias nacionais de Chávez, bem como aos narcoterroristas das FARC.

Numerosos acordos militares se seguiram, marcados por condições extremamente liberais incluindo um empréstimo de compra de US$ 1 bilhão para a Venezuela. Como se isto não bastasse, teve a visita de uma força tarefa da Marinha da Rússia e do primeiro-ministro Vladimir Putin - a primeira para participar em exercícios navais conjuntos e o segundo, para assinar numerosos acordos previamente negociados, sublinhando o interesse da Rússia em estreitar relações com o regime de Chávez.

A aquisição dos fuzis Kalashnikov deu lugar a uma ampla distribuição da mais popular e mais eficaz arma de assalto do mundo, o rifle automático foi distribuído para milhares de cidadãos venezuelanos, assim como para os narcoterroristas das FARC. Ainda recentemente, em junho, trabalhadores da Petrolera Sinovensa, a joint-venture de projetos de óleo bruto da PDVSA e da China National Petroleum Corporation, receberam AK -47 para treinamento.

Para as Farc, com conforto.
O fornecimento dos AK-47 às Farc é apenas um exemplo do apoio da Venezuela à guerrilha esquerdista que tem atormentado a sociedade colombiana há 50 anos.

A inteligência colombiana identificou 27 formações das Farc, acampamentos de descanso, de treinamento e centros médicos dentro do território venezuelano, fornecendo refúgio seguro para centenas de guerrilheiros e pontos de paragens protegidos para a exportação de cocaína. Em um recente desenvolvimento, membros da força de elite do Irã, o Quds, estão treinando o pessoal das Farc em táticas guerrilheiras.

No estado de Apure, pelas pistas de aterrizagem durante muitos anos voaram milhares de toneladas de cocaína para a América Central, República Dominicana e México. Grande parte do produto que viaja pelo ar começa sua jornada nos acampamentos das FARC. Eles também enviam drogas em barcaças pelo rio Orenoco para serem embarcadas para a África e Europa. Cada vez mais embarcam carregamentos de cocaína pelo ar, via oficial, e pelos portos marítimos, uma vez que os militares tomaram o controle de todas essas instalações em Janeiro, um passo que também permite a importação irrestrita do abastecimento ilegal das FARC.

Na venda de cocaína, os lucros são compartilhados com altos funcionários da Venezuela, financiam as atividades das FARC, incluindo a compra de armas e corrupção de altos funcionários colombianos. São, portanto, uma séria ameaça para a Colômbia e seu governo, o mais próximo aliado dos EUA na América Latina.

As relações de Cuba, Irã e Rússia, além dos vínculos muito estreitos com os regimes da esquerda radical e corrupta da Argentina, Bolívia, Equador e Nicarágua, criam um eixo revolucionário que coloca em perigo todos os governos do hemisfério ocidental. No entanto, parece que é moda em Washington, hoje, assumir que os dias de Hugo Chávez estão contados e que ele e seus companheiros, em casa e no exterior, não são uma grave ameaça para os Estados Unidos e outros países amantes da liberdade.

Pode-se supor com segurança que os irmãos Castro, os mulás do Irã e Vladimir Putin da Rússia, estão plenamente conscientes de que Hugo Chávez tem, no mínimo, uma personalidade instável e que está conduzindo a Venezuela para o cataclismo. Também pode-se supor que, mesmo com uma abordagem mais sutil, a liderança chinesa dificilmente vai desistir dos seus grandes investimentos na Venezuela.

• Cuba não vai renunciar de bom grado ao sustento econômico que o petróleo barato lhe oferece e sua participação no lucrativo negócio da cocaína.

• Os investimentos do Irã no urânio são essenciais para seus planos de desenvolvimento nuclear e Caracas se converteu em um centro de operações financeiras ilegais e de elevados ganhos com o tráfico de cocaína.

• A base de apoio da Rússia na Venezuela é muito mais do que uma forma de irritar os Estados Unidos: Tornou-se a base regional para as atividades comerciais, industriais e militares de San Salvador a Buenos Aires.

Segundo a Hinterlaces organização altamente respeitada em pesquisas, Hugo Chávez continua perdendo apoio popular. A pesquisa nacional mais recente da Hinterlaces revelou que 64% dos entrevistados tinham pouca ou nenhuma confiança em Chávez, e que 68% culpavam o presidente ou o povo em torno dele por não resolverem os graves problemas do país. Em relação ao escândalo flagrante de mais de 100 mil toneladas de alimentos encontrados apodrecendo nos armazéns do governo, 72 % acreditam que Chávez não está fazendo o suficiente para investigar e punir os responsáveis.

Infelizmente, mas compreensivelmente, com a aproximação das eleições legislativas em setembro, existe um apoio limitado para a oposição. Enquanto 50% dizem que vão votar em candidatos de oposição ou independentes contra 27% que vão votar em candidatos pró-Chávez, o apoio é de apenas 19% aos partidos da oposição. Em suma, apesar de mais de 80% afirmarem que pretendem votar existe pouco apelo para a oposição hesitante, indecisa.

É possível que os problemas econômicos que a Venezuela enfrenta em breve ponham um fim aos 11 anos de desgoverno Chávez. No entanto, seu sistema de célula quando estiver terminado e suas milícias armadas, além de suas ligações com regimes poderosos e alianças com outros governos latinoamericanos são impedimentos significativos. Além disso, um novo programa para estabelecer municípios autônomos - cerca de 200 já estão em formação - destina-se efetivamente a substituir as entidades políticas locais. Além disso, Chávez pode ser substituído por outro, um déspota mais equilibrado, uma opção de homem de Castro em Caracas seria Ramiro Valdés.

Enquanto a corrupção e a repugnante violação dos direitos humanos dentro dos limites do, digamos, Zimbabwe podem ser ignoradas com os argumentos de que se trata de um assunto interno da Nação e que o povo deve resolver, a subversão agressiva a toda uma região é algo muito diferente.

A situação na Venezuela exige um esforço concertado para unir a maioria dos governos do hemisfério que estão contra Hugo Chávez e seus asseclas. A Venezuela e seus aliados deveriam ser expulsos das associações regionais, e sempre que possível não serem convidados para futuras reuniões regionais e internacionais e cúpulas. Continuada pressão econômica deve ser aplicada por todos os governos e os embargos colocados sobre a transferência de tecnologia para os regimes párias da Venezuela e outros. Em suma, cada pequeno passo de uma ação militar direta deve ser considerado e implementado.

Subestimar — de fato, prestam pouca ou nenhuma atenção à ameaça, e praticamente não tomam nenhuma medida para evita-la —, é ignorar os múltiplos incêndios que ardem fora de controle dos Estados Unidos no "exterior” próximo. A carreira carena de Hugo Chávez e de seus aliados devem ser limitadas. – Traduzido por FDS (Arthur)


John R. Thomson é um jornalista veterano e ex-diplomata na administração Reagan que se centra na política e geopolítica nos mercados emergentes


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