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17 de setembro de 2010

Bolsa-Família para eles

Demissão a bem do serviço público, nos escalões superiores da administração pública brasileira, vem sob a forma de pedido de demissão em caráter irrevogável, como se a revogação tivesse plausibilidade política. Visto que o filho e o irmão da ministra também foram demitidos, Lula já deve estar providenciando uma Bolsa-Família para esse clã infeliz.

E a tal bala de prata capaz de abalar a candidatura Dilma foi disparada por seus próprios prosélitos, incrustados no poder ou girando à sua volta, e atingiu os respectivos pés. Opinião O Estado de São Paulo


Somente um projétil dessa espécie é capaz de pôr a nu a vampiresca rapinagem do erário que dominou nossa administração pública e cujos males, lamentavelmente, ficam obnubilados pelos avanços sociais que um bom momento econômico propicia e leva nossos pobres eleitores a colocar em segundo plano a ética como condutora necessária dos negócios públicos. Se os resultados das pesquisas de ontem se confirmarem, teremos um governo extremamente estressado por denúncias, acobertamento e - se a sociedade civil não reagir à altura - restrições dos princípios democráticos conquistados com a Carta Magna de 1988.

Entretanto, cauteloso, Lula nomeia um interino inexpressivo para chefiar a Casa Civil neste momento eleitoral, como se o País ficasse paralisado durante o período de campanha, sem se considerar a magna importância do cargo. Caso nomeasse outro ministro da área política, correria o risco de um novo escândalo, porque, ao que parece, o círculo de apoiadores do governo é um nicho de ímprobos, tornando-se muito difícil para o presidente a escolha de alguém de ilibada reputação. A prova disso é que todos, indistintamente, procuraram blindar Erenice até seus últimos estertores, o que, por si só, demonstra essa fragilidade ética generalizada.

E o que dizem no exterior sobre o descalabro brasileiro? Crise no governo Lula pela demissão de seu número 2. A candidata Rousseff respaldou sua sucessora no Executivo, que agora abandona o cargo por um escândalo. As consequências da notícia são imprevisíveis e Dilma terá de nadar contra a corrente nos últimos dias de campanha. O caso de tráfico de influência toca o coração do governo Lula e do círculo de apoio da candidata do PT (EL País, periódico mundial de notícias em espanhol, edição de ontem).

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