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29 de outubro de 2010

Manobra fiscal [irresponsável] de Lula faz aumentar inflação

O Copom, comandado por  Meirelles,
apela em nome do equilíbrio no Orçamento,
objetivo esquecido pelo ministro Guido Mantega
Meirelles omite risco da gastança

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, voltou ontem a alertar para os riscos de o mundo mergulhar em uma nova crise, provocada por bolhas de ativos e de crédito. O aviso de Meirelles ficou, porém, pela metade. Ele não quis falar sobre os riscos que o Brasil enfrenta por causa da bolha criada pelos excessos de gastos públicos, que tem pressionado a inflação e obrigado o Comitê de Política Monetária (Copom) a manter a taxa básica de juros (Selic) nas alturas - 10,75% ao ano.

"Meirelles pode não verbalizar publicamente a preocupação do BC com as manobras fiscais do governo. Mas basta ler a ata do Copom (divulgada ontem) para saber o que a instituição está pensando a respeito das artimanhas da Fazenda", disse um executivo presente no encontro da Amcham. "Na verdade, todo mundo está muito assustado com a destruição da credibilidade das contas públicas. O governo Lula não podia ter feito isso", acrescentou.


É essa taxa a principal responsável pelo fluxo excessivo de dólares para o país, provocando a supervalorização do real e reduzindo a competitividade dos produtos brasileiros no exterior. Segundo participantes de um encontro fechado à imprensa promovido pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo, a impressão que ficou foi a de que Meirelles preferiu não polemizar sobre o excesso de gastos do governo, já que almeja um cargo na próxima administração, caso a petista Dilma Rousseff seja a vencedora das eleições presidenciais deste fim de semana. Entre os técnicos do BC, porém, o desconforto é geral com a maquiagem promovida nas contas públicas pelo secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, sempre com o aval do ministro da Fazenda, Guido Mantega.

"Meirelles pode não verbalizar publicamente a preocupação do BC com as manobras fiscais do governo. Mas basta ler a ata do Copom (divulgada ontem) para saber o que a instituição está pensando a respeito das artimanhas da Fazenda", disse um executivo presente no encontro da Amcham. "Na verdade, todo mundo está muito assustado com a destruição da credibilidade das contas públicas. O governo Lula não podia ter feito isso", acrescentou.

Segundo Meirelles, o BC continua trabalhando para evitar a formação de bolhas na economia brasileira. Mas, a seu ver, é preciso que haja um movimento global para pôr fim à guerra cambial que tomou conta do mundo. Enquanto isso não acontece, aconselhou, os países devem proteger a sua própria moeda. "Teremos um momento importante, que será a reunião dos chefes de Estado do G-20. Será um momento importante para que se caminhe um pouco mais nessa direção (de resolver os desequilíbrios cambiais)", acrescentou.

O presidente do BC destacou ainda que uma das conclusões mais importantes tirada da última crise foi a de que a primeira linha de defesa contra a formação de bolhas são as normas prudenciais, que regulam o sistema financeiro. Ele destacou que, desde os anos 1990, o Brasil vem adotando regras sólidas para coibir estripulias como as que se viu nos Estados Unidos e que resultaram na maior crise mundial desde 1929. "Aqui, algumas regras foram tomadas recentemente, mas desde 2007 estabelecemos uma alocação de capital mais forte e mais rigorosa para qualquer risco de expansão da moeda", disse, assinalando que o BC está atento para tomar as medidas necessárias com o intuito de manter o equilíbrio da economia brasileira.

Em relação a um possível acordo entre os Estados Unidos e a China para minimizar a pressão mundial sobre o dólar, o presidente do BC afirmou ver um quadro favorável. "Existe todo um trabalho sendo feito nos diversos fóruns internacionais de discussão e o Brasil tem sido muito ativo nisso", assegurou. Para ele, haverá, contudo, um momento importante na reunião do G-20, a ser realizado no mês que vem na Coreia do Sul.

"Evidentemente, enquanto não se chega lá, cada país tem que tomar providências para proteger sua própria moeda. Não só na taxa de câmbio, mas no sentido de uma moeda equilibrada, controlada e de um país que não gere desequilíbrios. Nós estamos tomando providências para proteger a economia do Brasil", frisou.

Compulsório
Os analistas já admitem a possibilidade de aumento das alíquotas dos depósitos que os bancos precisam fazer compulsoriamente aos cofres do Banco Central. A medida seria uma forma de conter os riscos de uma bolha de crédito no país. No auge da crise mundial de 2008, o BC liberou R$ 100 bilhões dos compulsórios para evitar a quebra, principalmente, dos bancos de médio e pequenos portes, que ficaram estrangulados por uma onda de desconfiança. Mas recolheu novamente R$ 71 bilhões. Correio Braziliense


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Despesas públicas e malta e crédito farto oferecido pelos bancos federais são os principais motivos para a elevação das projeções de preços, afirma o Banco Central.Sem uma alteração de rota na política fiscal,um novo aperto monetário será obrigatório O Banco Central revisou para cima as projeções de inflação para 2010 e 2011 e, sem hesitar, jogou a culpa nas despesas exageradas do governo e na política de crédito dos bancos públicos. Especialistas ouvidos pelo Correio são unânimes: o teor da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada ontem, deixa um recado para o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

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