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12 de outubro de 2010

Tática suicida

Há um esforço hercúleo do Palácio do Planalto e do comando da candidatura governista para justificar o injustificável: a tática suicida – tipo kamikaze que Dilma adotou no debate da TV Bandeirantes.

A ser verdadeira a versão que seus estrategas passaram a divulgar, segundo a qual o seu comportamento extremamente agressivo teve como objetivo empolgar a militância petista, Dilma simplesmente olhou para a árvore e se esqueceu da floresta em volta.. Pode até ser que petistas de carteirinha tenham soltado rojões após o debate e comemorado o destempero da candidata. A base, normalmente, quer que seu candidato aperte a jugular do adversário. O problema é que a agressão sem limites provoca rejeição da ampla maioria dos eleitores.

Ao querer segurar seus militantes, Dilma simplesmente ignorou que o objetivo dos dois candidatos deveria ser um só: trazer para o seu lado os indecisos e a maioria dos milhões e milhões de eleitores que votaram em Marina, no primeiro turno. Por Pitacos


Deste ponto de vista, seu desempenho foi um desastre, pois só aprofundou o fosso entre este importante contingente eleitoral e sua candidatura. Sem contar que a tática kamikaze pode ter lhe levado a perder eleitores que votaram na petista no primeiro turno, mas que também abominam agressões e ofensas pessoais, em debates televisivos.

A postura adotada pela candidata pode, simplesmente, ter dinamitado a imagem que seu marqueteiro construiu ao longo da campanha. Com seu destempero, ficou visível que a Dilma verdadeira não é a que vinha sendo vendida em seu programa, da “Dilminha, toda meiga”. A verdadeira Dilma é aquela do confronto com Serra, na TV Bandeirantes.

Ou o que é pior: seu desempenho só serviu para comprovar a veracidade da afirmação de Serra de que a candidata tem duas caras. Após domingo, muitos eleitores devem estar indagando: em que Dilma devo acreditar? Na personalidade burilada por seu marqueteiro, ou na Dilma que se apresentou tal qual é, no debate de domingo?

Quando até membros da sua equipe reconhecem que ela extrapolou no tom agressivo e que os “ataques foram no limite do limite”, é porque de fato a candidata meteu os pés pelas mãos. Tanto isto é verdade que seu programa televisivo de hoje à tarde deixou de lado a “Dilma chuta o balde” e voltou para a linha “Dilminha, paz e amor”.

O problema é que o estrago feito pela tática suicida pode não ter mais conserto. Seu marqueteiro sabia dos riscos que Dilma corria ao se comportar tal qual os kamikazes japoneses. Diz ele que resistiu até onde foi possível, sob o argumento de quem bate perde votos.

Se foi assim, quem fez a cabeça de Dilma para que adotasse a linha da baixaria? Não é crível que tenha adotado a tática da agressão por decisão exclusiva sua. Por traz de Dilma, estava um incendiário maior: Lula, que como todo caudilho, quando dá uma ordem, exige o enquadramento de todos.

Ou seja, Lula quis brincar de Tiradentes, mas com o pescoço de Dilma. Pitacos Políticos

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