Estabelecida em 1969, durante o regime militar, a Empresa de Correios e Telégrafos nasceu para suceder e modernizar o já precário Departamento de Correios e Telégrafos, criado em 1931, pelo governo Getúlio Vargas. Em alguns anos, a nova estatal, ligada ao Ministério das Comunicações, conseguiu forjar uma imagem de eficiência, passou a gozar de ampla credibilidade e conquistou a simpatia dos brasileiros. Não tardou, entretanto, para que os Correios passassem a padecer dos conhecidos males que acometem algumas entidades estatais.
Transformada em moeda para barganhas políticas, a empresa entrou em decadência e terminou por se transformar num dos focos do escândalo do mensalão.
Mais uma vez os Correios ganham destaque no noticiário em razão de suas ineficiências e movimentações políticas. Entregue ao PMDB no loteamento coordenado pelo governo Lula, a empresa piorou o serviço de entrega de correspondências, experimentou problemas econômicos e revelou-se incapaz de organizar tarefas básicas, como um concurso público e uma licitação para a distribuição de agências franqueadas.
No ano passado, o Supremo Tribunal Federal permitiu que empresas privadas assumissem alguns serviços da alçada dos Correios, como entregas rápidas. Mas reafirmou o monopólio da empresa para a emissão de selos e serviços postais de cartas pessoais e comerciais, além de faturas, talões de cheques e cobrança de tributos.
O pronunciamento do Supremo decorreu de ação proposta em 2003 pela Associação Brasileira das Empresas de Distribuição (Abraed), que pretendia estender a transportadoras privadas alguns desses serviços.
A decisão fez com que a privatização do setor passasse a depender de mudanças na legislação. É difícil no entanto imaginar que alguma iniciativa nesse sentido parta do governo ou do Congresso.
É conhecido o desprezo dos políticos pelos interesses da população quando se trata de manter seus privilégios. – Editoriais Folha de São Paulo
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