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29 de julho de 2010

Cresce interferência do governo em negócios

BNDES e fundos de pensão patrocinam parceria Oi/Portugal Telecom, além de fusões e consórcios

Nenhuma outra empresa simboliza tanto a interferência do presidente Lula no setor privado como a Oi. Marca do segundo mandato do petista, a política de ingerência estatal nas decisões do mundo privado levou o governo a alterar leis para garantir a fusão entre a Telemar e a Brasil Telecom, fazendo surgir a nova Oi. Operação viabilizada pelos fundos de pensão de estatais e BNDES. Os mesmos atores que novamente são acionados pelo presidente Lula para garantir a entrada da Portugal Telecom na Oi. Por Valdo Cruz


Lula diz que não, mas seu governo teve atuação direta nas negociações. Não só nesse caso como em outros negócios privados.

A lista inclui fusões como da Sadia com Perdigão (alimentos), Votorantim com Aracruz (celulose) e JBS Friboi (frigoríficos) e a montagem de consórcios para disputar leilões como o da usina de Belo Monte. Modelo que será repetido no trem-bala. As operações são viabilizadas com recursos, muitas vezes subsidiados, do BNDES e dos fundos de pensão como Previ, Petros e Funcef.

A política é alvo de críticas na campanha presidencial. O candidato tucano à Presidência, José Serra, e seus aliados acusam o governo de desenvolver uma política voltada aos "amigos do rei", privilegiando empresários em detrimento de outros. Essa estratégia, na visão dos tucanos, representa um risco fiscal no médio prazo. Para capitalizar o banco e lhe dar condições de financiar algumas dessas operações, o Tesouro fez empréstimos subsidiados à instituição num total de R$ 180 bilhões. E estuda fazer novos aportes. O custo desses empréstimos se transformou numa guerra entre governo e oposição. Cálculos de economistas ligados à oposição apontam que pode atingir R$ 8,6 bilhões por ano. O ministro Guido Mantega (Fazenda) estima que a conta atinja R$ 5 bilhões em 2010.

O BNDES decidiu fazer um estudo sobre o tema. Promete calcular não só o custo direto do subsídio do Tesouro mas também os efeitos que ele terá sobre a economia com a geração de empregos e arrecadação. O argumento é que, sem os recursos do BNDES, muitas empresas brasileiras não teriam condições de enfrentar a crise econômica mundial e o país não teria superado tão rapidamente o período de recessão no final de 2008 e início de 2009..Folha de São Paulo

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