Como era de se esperar, a cubanização da Venezuela depois de destruir a economia do país governado pelo coveiro bolivariano, agora está dando calotes nas empresas brasileiras que — por falta de ética, diga-se — apostaram em um país onde seu governo antidemocrático, imoral, brutal e criminoso, destrói tudo e todos porque não tem compromisso nem respeito com ninguém.
O pior dessa história — longe de ser o fato de uma Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Correa, e outras, que têm bilhões em negócios na Venezuela, estarem prestes a sofrer um duro golpe do governo chavista — é que nós, brasileiros, financiamos suas apostas naquele país, por obra e iniciativa do irresponsável governo Lula, que usou nosso dinheiro para financiar a revolução daquele demente — a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial abriu um escritório em Caracas e o BNDES liberou bilhões em créditos.
Portanto, nós, contribuintes brasileiros, é quem estamos levando esta tunga do Chávez. Como não bastasse pagarmos pela corrupção e incompetência do governo petista, também vamos pagar pelo fracasso da revolução bolivariana. É fácil apostar em 'zebras' com o dinheiro dos outros. Abaixo, os artigos do Estadão. Por FDS (Arthur)
Chávez dá calote e afasta empresas brasileiras da Venezuela
Braskem adia investimentos de US$ 3,5 bilhões em dois projetos em território venezuelano; empreiteiras enfrentam problemas com uma lei que permite ao governo confiscar máquinas ou tomar obras públicas que estejam paralisadas ou atrasadas.
A vida das empresas brasileiras na Venezuela não está fácil e pode piorar. A Braskem, que havia fechado duas joint ventures com a estatal venezuelana Pequiven, para dois projetos no valor de US$ 3,5 bilhões, mudou seus planos. Das 30 pessoas que a empresa mantinha em Caracas para tocar o projeto, só sobrarão 5. A maioria dos executivos está voltando para o Brasil ou indo para outras filiais da Braskem.
"O governo venezuelano não cumpriu sua parte nos investimentos", disse ao Estado uma fonte próxima ao projeto. A Braskem e a estatal venezuelana haviam assinado um memorando, em 2007, para criar duas companhias. O projeto da Propilsur foi adiado por um ano, enquanto o da Polimérica, de capital misto, teve o investimento reduzido pela metade.
Empreiteiras brasileiras, como Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Correa, que têm bilhões em negócios na Venezuela, também estão prestes a sofrer um duro golpe do governo chavista com a Reforma da Lei de Contratações. A Assembleia Nacional venezuelana aprovou, na quarta-feira, uma lei que permite ao governo confiscar máquinas ou se apoderar de obras públicas que estejam paralisadas ou atrasadas.
Muitas empreiteiras brasileiras estão tocando seus projetos aos poucos ou deixando-os paralisados. A nova lei ainda precisa ser aprovada em segundo turno, mas, como há maioria chavista, deve passar. "Se for aprovada, a lei pode ser um enorme problema para as construtoras brasileiras", disse Fernando Portela, diretor executivo da Cavenbra, Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Venezuela.
A fuga de investimentos e de executivos do país já é aparente nas escolas onde estudam os filhos dos expatriados. Na Escola americana Campo Alegre, na escola britânica e na Hebraica de Caracas, dezenas de alunos estão indo embora. A escola britânica passou a exigir pagamento anual, em vez de semestral, por causa do êxodo de alunos.
Empresas brasileiras que importam seus insumos sofrem com o controle cambial. Em maio, o governo fechou as casas de câmbio e proibiu as empresas de recorrer ao chamado câmbio permuta. Como pelo câmbio oficial têm prioridade produtos essenciais, importadores de produtos, como cosméticos, perfumes e têxteis, correm risco de desabastecimento. Empresas como Boticário, Alpargatas e Hering estariam sendo afetadas, diz ele. No ano passado, a Natura, maior fabricante de cosméticos do Brasil, deixou a Venezuela alegando risco cambial e "desequilíbrio" de instituições.
Crescimento. Segundo José Francisco Marcondes, presidente da Federação de Câmaras de Comércio e Indústria Venezuela-Brasil, a situação no país é delicada. "A Venezuela está em recessão, há questões pré-eleitorais, mas o comércio bilateral cresceu este ano", ressalva.
As exportações do Brasil para o país crescem graças, principalmente, ao comércio de alimentos, que não é tão afetado pelo câmbio. Nos primeiros seis meses do ano, as exportações aumentaram 7% em relação ao mesmo período de 2009. Já as importações brasileiras da Venezuela, aumentaram 135,4% no primeiro semestre. Passaram de US$ 197 milhões para US$ 465 milhões.
Invasão brasileira. O intercâmbio comercial durante o primeiro semestre deste ano totalizou US$ 2,243 bilhões, aumento de 20,7%. A venda de carne bovina desossada e congelada do Brasil cresceu 672%; de bovinos vivos, 84% e de ovos de galinha para incubação, 144%.
Nos "mercales", os supermercados conveniados ao governo, muitos dos alimentos são brasileiros. "Não tem mais frango da Venezuela. Só do Brasil, que vem congelado e não tem gosto de nada", diz Xiomara Pinto, que mora em um barraco em Antímano, bairro de Caracas. O Estado de São Paulo
Promessa de relação privilegiada atraiu empresários
Muitos empresários brasileiros animaram-se com os negócios com a Venezuela na bonança petrolífera de 2007 e 2008. Para eles, havia três atrativos. Primeiro, a existência de um mercado forte (inundado de recursos do petróleo), cuja demanda não era suprida internamente. Segundo, as iniciativas do governo Lula para promover a Venezuela como parceira no comércio e investimentos - a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial abriu um escritório em Caracas e o BNDES liberou bilhões em créditos. Terceiro, o fato de o Brasil ser uma aposta de Caracas para substituir negócios com os EUA e Colômbia. "Estamos numa fase de nacionalização de empresas. Menos das brasileiras", disse Chávez.
Em 2008, as vendas para a Venezuela responderam por 20% do superávit brasileiro. E o otimismo sobre a parceria bilateral motivou a aprovação da entrada da Venezuela no Mercosul no Congresso, no ano seguinte, apesar da impulsividade de Chávez recomendar cautela. Agora, parte dos que se animaram com a Venezuela percebe que pode ter ido rápido demais. O socialismo bolivariano empurrou o país para uma recessão mesmo com a recuperação do petróleo. O PIB caiu 3,3% em 2009 e a inflação foi de 25,1%.
Para quem exporta só produtos básicos para as distribuidoras estatais, os negócios vão relativamente bem. Mas os brasileiros que investiram no país e têm de importar insumos ou bens não-essenciais sofrem com o aperto no controle de câmbio e instabilidade institucional. Para piorar, com problemas de caixa, Chávez tem dificuldades para cumprir compromissos financeiros. Cenário: Por Ruth Costas - O Estado de S.Paulo
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