E quando o dinheiro voltará para o cofre?
Dos cinco atos de campanha de Dilma que tiveram participação de Lula, a Presidência só foi ressarcida uma vez. Burocracia é um dos entraves para a devolução dos recursos.
O Lula da Silva participou de cinco atos da campanha política da candidata do PT ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff, mas até agora a campanha ressarciu os cofres da Presidência da República apenas um comício. E a lista de participações vai engordar, já que os dois se preparam para duas mobilizações conjuntas em São Paulo. Um comício amanhã e uma panfletagem às 5h30 da manhã na porta de uma fábrica na região do ABC paulista. Por Tiago Pariz
A campanha ressarciu R$ 59,6 mil referentes à primeira participação oficial de Lula na campanha, o comício do Rio de Janeiro, e da convenção do PT em meados de junho. Desde então, o presidente apareceu ao lado de Dilma em Guaranhuns (PE), durante o Festival de Inverno da cidade, depois em comícios em Porto Alegre, Curitiba onde também se reuniram com empresários e Belo Horizonte. Em Porto Velho, Lula, sem a candidata, gravou mensagem exibida na terça-feira no programa eleitoral gratuito. Ele aproveitou uma agenda oficial para encontrar uma brecha e se encontrar com a equipe de João Santana, responsável pelo marketing de Dilma.
O ressarcimento é feito por etapas. A Secretaria de Controle Interno da Presidência da República faz os cálculos dos gastos e os repassa ao comitê financeiro de Dilma. Dessas últimas viagens, o tesoureiro José Filippi Júnior espera receber os relatórios de Garanhuns e dos atos nos estados do Sul. Os outros dados estão sendo ainda tabulados. No ato do Rio, o maior gasto foi com aluguel de veículos, aviões e helicópteros, R$ 58,1 mil no total. Na convenção em Brasília, a despesa foi R$ 1,4 mil com veículos.
Como ocorreu em Porto Velho, a agenda oficial do presidente Lula parece se adequar com a da candidata para participar dos eventos eleitorais pedindo voto para Dilma. Só em Curitiba não foi assim. O presidente estava em visita oficial ao Paraguai e deslocou-se para a capital paranaense para participar à noite de um encontro com empresários e, no dia seguinte, de um comício. No período anterior à eleição, Lula já havia mergulhado na campanha. Os dois estiveram em Ipojuca (PE) para a inauguração de um estaleiro e tiveram agenda intensa de participação em atos de comemoração do dia do trabalhador, em São Paulo. Esses ressarcimentos, especificamente, cabem ao PT e não à campanha.
Lula e Dilma voltam a pisar em palanque amanhã durante comício ao lado dos candidatos ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante (PT), e ao Senado Marta Suplicy (PT) e Netinho de Paula (PCdoB). Durante o dia, a candidata do PT visitará Vitória. No sábado, ela participará de ato político em Mauá, cidade do ABC paulista. Ela permanece na região, berço político do PT, na segunda-feira para, ao lado do presidente da República, participar de uma mobilização simbólica: panfletar em frente a uma fábrica de metalúrgicos na hora em que os trabalhadores chegam para trabalhar.
Essa mobilização será bastante explorada pelo marketing petista por se tratar de Lula apresentando Dilma ao local em que os seus anseios políticos começaram e viriam a despertar no sindicato dos metalúrgicos. As câmeras estarão voltadas para exibir todos os passos dos dois no horário eleitoral gratuito.
CANDIDATA GRAVA EM FAVELA PAULISTANA
» A tal favela cenográfica exibida pelo candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, em sua propaganda na TV, será contrastada com uma verdadeira. Isso porque a petista Dilma Rousseff gravou ontem cenas para o seu programa na favela de Heliópolis, em São Paulo, durante boa parte da tarde. A intenção da equipe de Dilma era, ainda, visitar um conjunto habitacional que integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas o compromisso foi cancelado por problemas com o equipamento. Quem estava aguardando a presença da candidata, por volta das 16h, ficou decepcionado. Eles foram informados que receberiam a equipe de campanha no dia anterior.
O número
200 mil
Pessoas devem votar no exterior
O número
R$ 58,1 mil
Comício no Rio teve gastos com aluguel de veículos, aviões e helicópteros.
Correio Braziliense
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