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9 de agosto de 2010

Hugo Chávez está destruindo a economia da Venezuela

Impressionante artigo sobre a magnitude do desastre econômico e social da Venezuela, provocado por Hugo Chávez. Foi escrito por R. John Thomson e Norman Pino De Lion e publicado na Humanevents.

O ABRAÇO DOS AFOGADOS
E neste buraco, chamado Venezuela, que Lula tenta impulsionar recursos financeiros, incentivando empresários brasileiros a investirem em um país completamente falido.

Não é difícil entender. As construtoras que lá estão, fazem parte do grupo dos 12 que têm as chaves do cofre bilionário do BNDES — como publicou o Estadão, neste final de semana. Entre elas, a Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Odebrecht, as três que mais arriscam capital no país moribundo.

Depois de traduzir o material abaixo, cheguei à conclusão de que as construtoras podem ser “laranjas” de Luis Inácio. Elas funcionam como uma ‘ponte’, um meio de transferência de recursos públicos do Brasil para a Venezuela. Uma espécie de balão de oxigênio para tentar salvar a revolução boquirrota do Chávez — o projeto bolivariano para o continente — que começa a fazer água, colocando em risco as ambições de poder daqueles que o apóiam. É a única coisa que explica esse "abraço", prá lá de arriscado, de Lula da Silva. FDS (Arthur)


Este é o primeiro de quatro artigos sobre a Venezuela do presidente Hugo Chávez. Pesquisado e escrito pelo jornalista veterano e ex-diplomata John R. Thomson e pelo diplomata de carreira Norman Pino de Lion. Cada artigo explora um tema diferente:

- Economia da Venezuela está profundamente perturbada
- Direitos Humanos sob ameaça crescente.
- Envolvimento e influência de Cuba em setores-chave do país.
- Atividades do Irã, da Rússia e dos narcoterroristas das Farc

Os editores da Human Events concordam com a premissa básica dos autores, que o regime de Chávez e suas relações com os grandes malfeitores, tanto nas Américas como com os internacionais, constituem uma ameaça real e significativa para os povos amantes da liberdade no mundo inteiro. Esta série explica o alcance dessa ameaça.

Não há exagero na magnitude do declínio e queda da Venezuela. O país mais rico per capita da América Latina está afundando mais e mais no que será, inevitavelmente, a falência. O resultado será igualmente ruim para Hugo Chávez, eleito pela primeira vez em 1999 e agora em 2010, um autocrata de pleno direito.

Não há nenhum setor prosperando. Pelo contrário, a agricultura, comércio e a indústria estão em uma situação desesperada. O setor dominante do país, o petróleo, sofre em todos os níveis com a má gestão, com a ordenha financeira do governo e com a corrupção. O gasto caprichoso do desperdício de Chávez, em casa e no exterior, deixou as finanças do país em grave estado crítico, e paralisou o financiamento eficaz do setor privado.

Os sinais de declínio estão em toda parte:

• A diminuição do Produto Interno Bruto. O PIB caiu - segundo dados do governo - 3,3 % em 2009 e recuou 5,8% ano a ano, durante os três primeiros meses de 2010, enquanto que outras economias regionais ganharam. O Fundo Monetário Internacional projeta um declínio de 2,6 %, no ano de 2010, colocando o país - com as maiores reservas de petróleo fora do Oriente Médio - em pior situação econômica que a Grécia.

• A inflação em abril atingiu 5,2%, segundo relatado pelo governo, e está se dirigindo para 50% ou mais em uma base anualizada. (Os economistas suspeitam que tanto os números do PIB quanto os índices da inflação estejam subestimados. A piada é que existem três tipos de informação estatística na Venezuela: a branca, cinza e o governo).

• A taxa de câmbio flutuante, um dos três tipos de câmbio, caiu mais de 20% durante abril e maio. Ao invés de reconhecer sua má gestão maciça da economia, o regime culpou a especulação selvagem por parte das empresas financeiras, fornecendo uma desculpa para atacar mais de 30 delas nas últimas semanas.

• Os investimentos, nacionais e estrangeiros. O investimento é praticamente inexistente, mas o desinvestimento é galopante. Na última década, mais de 4.000 empresas fecharam suas portas, e várias fábricas se mudaram para a cidade costeira colombiana de Barranquilla e outros lugares amigáveis.

• O governo confiscou empresas privadas. Mais de 120 empresas estabelecidas em cada segmento da economia foram apreendidas, mais de 75 delas no setor de petróleo. Isto, apesar de os resultados das pesquisas da empresa líder de Keller & Associates mostrarem que 61% dos venezuelanos preferem o setor privado à gestão dos ativos do petróleo, 71% preferem os alimentos dos produtores e a medicina privada e 74 % são contra a eliminação do setor privado. Chávez parece decidido a absorver a Polar, o maior produtor de alimentos e bebidas do país.

• O desemprego - oficialmente 8,2%. “A taxa de desemprego está distorcida porque as sondagens do governo contam como empregados, aqueles que trabalham uma hora por mês ou mais, além dos vendedores ocasionais de rua”. Além disso, a demissão de empregados está proibida. Um economista com quem conversamos, arriscou uma estimativa de desemprego bem maior: pelo menos 30%.

• O crime violento. O crime é tão desenfreado que os caraquenhos resignadamente descrevem sua cidade como a capital dos assassinatos do mundo.

• Alimentos. Os suprimentos de alimentos são cada vez mais escassos, devido ao implacável desencentivo da agricultura e à expropriação generalizada pelo governo: o confisco dos processadores de alimentos, dos distribuidores e varejistas. Uma recente visita ao supermercado Luvebras, em um bairro de Caracas, Altamira, revelou que cerca de 25% de seu espaço nas prateleiras estão vazios, com muitos produtos de primeira necessidade - café , arroz, feijão - com oferta muito limitada ou inexistente. Quanto à cadeia franco-colombiana Êxito, que foi confiscada em janeiro, os vândalos saquearam várias lojas, tornando-as inutilizáveis.

• A fuga de cérebros. A falta de educação em todas as profissões é elevada. Numerosos médicos venezuelanos agora estudam e praticam a profissão na Colômbia, apesar de uma melhor remuneração na Venezuela. Os cálculos aproximados são de que cerca de 5.000 médicos e enfermeiros fugiram do país e agora estão vivendo e trabalhando na Colômbia, Panamá, Espanha e Estados Unidos. Isso não inclui os profissionais cubanos de saúde que trabalham na Venezuela para salvar Havana, em troca de 100 mil barris de petróleo que recebem, por dia, de Hugo Chávez. Calcula-se que mais de 1.500 profissionais da medicina cubana fugiu para a Colômbia, a maioria pretende se deslocar para outros países.

• Desenvolvimento de Infraestrutura. Potencialmente, uma excelente fonte de emprego, a construção é praticamente inexistente. As estradas estão em mau estado, e quase nenhum novo edifício está sendo construído. Há alguma atividade na construção residencial e comercial, constantes quedas de energia nas cidades e vilas, e escassez de água.

Em seguida, está a corrupção em todos os segmentos da economia. Considere a possibilidade de que o governo do Fundo Nacional de Desenvolvimento, formado em 2005 - o FONDEN – tenha recebido mais de US $ 57 milhões em seus primeiros quatro anos e meio, e supostamente financiou mais de 600 projetos, de acordo com o ministro das Finanças, Ali Rodriguez. No entanto, os projetos nunca foram especificados e o fundo nunca emitiu qualquer relatório financeiro.

Hugo Chávez pode muito bem ter sido o responsável por grande parte desses gastos perdulários, esbanjando recursos em países e líderes que ele está tentando trazer para a sua rede Bolivariana Socialista (um exemplo famoso: Chávez gastou US $ 5.000 milhões com bônus argentinos, praticamente sem valor).

Além disso, o estilo de vida pessoal extravagante de Chávez vai de um fetiche por relógios caros a viagens ao exterior com enormes séqüitos. As viagens para o estrangeiro ocupam mais de 10% de seus 11 anos como presidente, e podem ter dado conta de uma quantidade substancial dos fundos desaparecidos do FONDEN. De fato, um piadista de Caracas afirma que os indicadores são: o aumento de peso e a cintura, cada vez mais larga de Hugo Chávez - observadores estimam que seu ganho de peso ao longo dos últimos oito anos foi de 35 a 40 quilos.

É certa a maneira como um comentarista referiu-se ao FONDEN: a caixa preta é a fonte de financiamento para uma quantidade gigantesca de corrupção pessoal e institucional, cujo total exato não pode ser estimado de forma fiável.

Em um depósito confiscado do setor privado, agora controlado pelo grupo PDVAL, de propriedade estatal, foi encontrado recentemente 32 mil toneladas de alimentos estragados. A PDVAL é uma filial do monopólio do petróleo, da PDVSA, corrupta e mal administrada, que viu seu diretor, ironicamente, ser preso sob a acusação de corrupção.

Nas últimas semanas, as inspeções na PDVAL, Mercal CEALCO e instalações controladas pelo Estado identificaram mais de 100 mil toneladas [£ 200, 000,000] de alimentos básicos estragados. De acordo com a VenEconomy.com, centro econômico e financeiro de análise e consultoria de serviços, essa situação ocorreu, devido à escassez crítica no fornecimento de gêneros alimentícios mais básicos, colocando em relevo a profundidade do problema.

Isto tudo arrastou consigo, para a beira do colapso, a economia da Venezuela e a sociedade. O resultado líquido para Chávez é que seus índices de aprovação caíram para uma faixa de 35 % -42% , de acordo com os serviços de pesquisas. O relatório da Keller & Associates informa que 70 % querem uma mudança na liderança, e que 51% das pessoas pretendem votar em qualquer um que não seja Hugo Chávez.

As consequências sociais e políticas têm sido enormes. A última pesquisa da Keller encontrou uma esmagadora maioria de 83% dos venezuelanos que não querem que o país se converta em um país comunista, similar a Cuba, e 58% se opõem a uma Venezuela socialista. De fato, 80% rejeitam o slogan que "ser rico é mau”, freqüentemente repetido por Hugo Chávez, quem, naturalmente, não vive a vida de um mendigo.

A Hinterlaces constatou que 35% dos venezuelanos consideram que o país está em um caminho positivo, e 65% acreditam que Hugo Chávez deve ficar de lado em favor de outro líder.

Os dados mostram claramente que os esforços da propaganda prodigiosa do presidente não tiveram êxito. Eles também mostram uma mudança significativa a respeito da liderança e políticas de Hugo Chávez.

Carlos Ocariz, um dos três prefeitos de oposição entre os sete municípios metropolitanos de Caracas, acredita que a maré virou fortemente contra o presidente. "Meu município de Sucre inclui Petare, o bairro primeiro ou segundo maior bairro da América Latina. Nós ganhamos as eleições em 2008, competindo contra Hugo Chávez e seus candidatos escolhidos a dedo", disse ele. "E nós podemos ganhar a nível nacional porque o povo está conosco".

Ocariz sabe do que fala. Ele tem um índice de aprovação de 82 %, depois de apenas 18 meses no cargo, melhorando a educação e a saúde, caminhando pelas ruas com regularidade e dirigindo uma administração aberta e honesta.

"A oposição pode vencer”, disse ele. “Temos de nos concentrar naqueles que estão realmente sofrendo, nas pessoas que vivem nos bairros e nas áreas rurais. Se o fizermos, podemos vencer, porque eles sabem que Hugo Chávez fracassou. O povo quer mudança. Nós não podemos vencer, concentrando-nos sobre a pequena percentagem de pessoas da alta classe média e ricos que vivem nos melhores bairros de Caracas e Maracaibo”.

No entanto, a oposição continua sendo alarmantemente desorganizada, em especial, devido à existência de políticos da velha guarda do partido, muitos lutando por seu naco individual de poder e reconhecimento. Quando os líderes da oposição tentaram estabelecer uma plataforma unificada, levaram mais de dois meses e foi difícil de manejar as 100 cláusulas para criar um documento.

A insatisfação com o presidente Chávez e seu regime é tão grande, que alguns observadores acreditam que a oposição poderia ganhar a maioria. Embora seja um tiro muito longo, dada a probabilidade de fraude eleitoral, outros dois obstáculos permanecem: que lidera a oposição e o resto dos membros o seguirão?

Até agora, ninguém surgiu na cabeça da oposição para ser o anti-Chávez, e mesmo que um líder apareça nas próximas semanas, permanece questionável que um grupo - formado por ampla gama de ideologias, com idéias não recicladas, velhos partidos corruptos -, possa conseguir algo que se aproxime da unidade.

Finalmente, não há exagero nos extremos para que Hugo Chávez ganhe. Um cenário perfeitamente plausível é que ele cancele as eleições de 26 de setembro, em razão de uma suposta segurança nacional. Alternativamente, ele pode simplesmente anular os resultados das urnas, caso não goste deles.

De qualquer maneira, o déspota em chefe da Venezuela, pode muito bem fazer o que ele ameaçou: decretar que o país será guiado por Conselhos Comunitários, nomeados por tutela de Hugo Chávez....

Isto, naturalmente, não significa que os venezuelanos devem deixar de contestar vigorosamente nas eleições de Setembro. Nada seria mais desastroso para Hugo Chávez, em casa e no exterior, que uma retumbante derrota, uma derrota que o empurre para mais perto da porta de saída do país.

O estado da nação venezuelana, em suma, é muito triste, com uma perspectiva que é muito menor do que promissora. Isto não é uma boa notícia para 27 milhões de cidadãos e de uma região que ainda luta para construir instituições democráticas. A razão principal é um déspota fora-de-controle que foi denominado – em privado - como louco, por um de seus ministros mais antigos.

Se Washington criasse um interesse tangível sobre a ameaça Hugo Chávez, apresentando-a ao seu próprio povo e à segurança regional, muito poderia ser feito para isolar e, finalmente, colocar um fim em sua influência debilitante e à sua carreira louca. Uma frente comum de apoio mútuo frente ao Chávez, com a participação sólida da maioria dos governos do hemisfério ocidental, é possível e realizável.

A solução para o problema Chávez para a Venezuela e para a estabilidade regional não pode ser encontrada negligenciando o problema ou desejando que o caudilho de Caracas simplesmente desapareça. Opor-se à Chávez, juntamente com o isolamento progressivo, deve pelo menos ser tentado para o bem de todos os interessados.

John R. Thomson é um jornalista veterano e ex--diplomata na administração Reagan, centrado em política e geopolítica dos mercados emergentes. Um visitante freqüente da Venezuela, recentemente passou duas semanas no país.

Norman Pino de Lion é um ex-oficial de carreira do Serviço Exterior da Venezuela, que serviu como embaixador na Arábia Saudita e Países Baixos. Seus comentários aparecem no jornal El Universal, bem como sobre Analitica.com.

Fonte: Humanevents - Tradução de Arthur (FDS)

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