Submetido a 12 minutos de contraditório, o discurso ensaiado de Dilma Rousseff se liquefez sobre a bancada do "Jornal Nacional". A presidenciável foi inquirida sobre algumas das principais incongruências e debilidades que a cercam. Ao responder, tergiversou.
Beneficiária da popularidade de seu cabo eleitoral, foi questionada sobre o outro lado da moeda. Se eleita, não terá em Lula um "tutor"? Por Josías de Souza
Poderia ter respondido com um simples "não". Preferiu desconversar. "As pessoas têm de escolher o que eu sou", rodeou. Queixou-se: Ora dizem que "sou uma mulher forte" ora que "tenho tutor". Em vez de se definir, açulou a dúvida. Disse ter "imenso orgulho" da relação com Lula, "um grande líder".
Foram ao ar os nomes que se escondem sob as siglas reunidas na megacoligação de Dilma: Jader Barbalho, Renan Calheiros, a família Sarney, Collor. Quando o PT errou, ontem ou hoje?
Impossibilitada de se dissociar dos apoiadores que, no passado, o petismo tachava de "oligarcas" e "ladrões", deu ao fisiologismo um apelido novo: amadurecimento.
"O PT não tinha experiência de governo, agora tem", ela tentou justificar.
Na versão edulcorada da candidata, o apoio seria desinteressado. O governo tem uma "diretriz", disse. Quem apoia sujeita-se. A lorota não resiste a uma passada de olhos pelo organograma do Estado, apinhado de apoiadores graciosos.
Dona de temperamento mercurial, Dilma foi instada a dizer como conciliará o pavio curto com o traquejo político que se exige de um presidente. Reconheceu-se como "pessoa firme". Em seguida, escorou a firmeza na muleta usual: "Nós, do governo Lula, somos do diálogo".
A entrevista evidenciou que o treinamento a que a marquetagem submete Dilma vale só até certo ponto. O ponto de interrogação. Folha de São Paulo
LA BOLIVARIANA: Dilma culpa FH por atraso
Após 7 anos e meio de governo Lula, Dilma Rousseff culpou o FH pelo baixo crescimento econômico do país. Poderia ter jogado a culpa em Bush — muito mais contundente. Mas é que ela estava muito nervosa e não deve ter se lembrado do famoso diabo. FDS
O GLOBO: Em 12 minutos de entrevista, confrontada com o crescimento de outros países, como Bolívia e China, disse que a situação foi mais difícil no Brasil, por causa da crise da dívida e do governo do antecessor. Ela citou oito vezes o presidente Lula, demonstrou seu nervosismo e cometeu algumas gafes, como localizar a Baixada Santista no Rio de Janeiro.
“Tivemos um processo muito duro, quando chegamos ao governo, a inflação estava fora de controle, tínhamos uma dívida com o FMI. Tivemos de fazer um esforço muito grande para colocar as finanças no lugar e depois, com estabilidade, crescer. Estamos entre os países que mais crescem no mundo. Sem fazer comparações, criamos quase 1,7 milhão de empregos - disse Dilma, que suava muito durante a entrevista”.
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O governo Lula deixará a seu sucessor uma conta de restos a pagar no valor de R$ 90 bilhões, segundo estimativa de técnicos do governo divulgada no Estado de domingo. Essa conta tem crescido ano a ano, de acordo com a candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, porque a atual administração aumentou os investimentos públicos. Mas a explicação esconde a verdade. Continue lendo aqui, no Estadão
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