Apesar do calote que as empresas brasileiras estão levando, o BNDES continuará ajudando o coveiro bolivariano — com o nosso dinheiro — a implantar seu socialismo do século 21. Não há dúvidas de que os venezuelanos devem agradecer ao Lula, por mais essa ajuda, pela cubanização de seu país. E nós, brasileiros, é quem estamos financiando a brutal ditadura chavista, através dos empréstimos públicos. FDS (Arthur)
Materia da Folha: Com Chávez, Lula agradece a empresários: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva agradeceu aos empresários brasileiros ontem em Caracas por "confiarem" em suas propostas para fazer negócios com a Venezuela de Hugo Chávez, que aceleram a agenda parlamentar de "transição ao socialismo" e atravessa o segundo ano consecutivo de recessão.
"Quero agradecer aos empresários brasileiros porque, apesar da preocupação com algumas notícias de que a Venezuela vai estatizar as empresas brasileiras, de que não paga as empresas brasileiras, quero dizer da confiança [deles] cada vez que os convido [ao país]", disse.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou com o colega venezuelano 27 acordos bilaterais envolvendo as grandes construtoras brasileiras (OAS, Andrade Gutiérrez, Queiroz Galvão), concentrados nas áreas de infraestrutura e energia, e com a petroquímica Braskem, para importação de nafta.
A crise afeta empresas, construtoras e exportadores brasileiros. As vendas de alimentos - maior parte do US$ 1,7 bilhão vendido ao país no primeiro semestre- não sofrem com a rigidez do controle cambial, intensificado neste ano, porque têm tratamento preferencial.
MISSÃO PARA LULA
Num clima descontraído de programa de auditório, com piadas dos dois mandatários e direito a link ao vivo de um bairro pobre, Lula e Chávez trocaram elogios.
Ele voltou a dizer que confia que a candidata governista Dilma Rousseff ganhará as eleições brasileiras. Mandou um beijo a ela. Disse ainda ter dado uma "missão" a Lula, que participa hoje da posse do novo presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos. Considera-se "otimista" quanto ao futuro das relações com Bogotá, hoje rompidas. A primeira parte da missão, disse o assessor internacional de Lula, Marco Aurélio Garcia, é "atenuar a tensão" e gerar "confiança". Por Flávia Marreiro – Folha de São Paulo
Perto de eleição, Chávez recorre ao Brasil para conter falta de comida
Dependência. Único país da América Latina sob o risco de enfrentar retração econômica este ano, Venezuela aumenta importações de produtos básicos do Brasil para frear desabastecimento; projeções indicam que a inflação pode chegar à casa dos 40% em 2010
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, vem aumentando a compra de alimentos do Brasil para evitar uma escalada do desabastecimento no país. Faltando 50 dias para as eleições parlamentares de 26 de setembro, a pauta de exportações brasileiras para o vizinho evidencia, em números, a estratégia adotada por Caracas e reforça os sinais de deterioração da economia venezuelana.
Os "Mercales", mercados comunitários instalados por Chávez, estão tomados por produtos brasileiros. O frango, por exemplo, é quase todo importado do Brasil. Todos os produtos são subsidiados e há enormes filas nos dias em que chega carne e frango. "As duas coisas acabam assim que chegam", disse a atendente de um Mercal da favela de Antímano.
De janeiro a junho, a venda de produtos, como carnes congeladas, animais vivos, açúcar e café, lideraram a lista de exportações brasileiras para a Venezuela. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, esses produtos responderam por 37% de tudo o que o Brasil exportou para os venezuelanos no primeiro semestre.
A venda de gado vivo subiu 84% na comparação entre o que foi vendido nos primeiros seis meses de 2010 e o volume comercializado na primeira metade do ano passado. No caso do açúcar, o aumento é ainda mais impressionante. O volume exportado cresceu quase 700% no período.
Único país da América Latina que pode amargar uma retração econômica este ano, a Venezuela tem enfrentado uma diminuição nos investimentos e na produção de petróleo - sua principal fonte de receita -, além de uma disparada dos preços. Projeções indicam que a inflação pode chegar este ano à casa dos 40%, depois de registrar 27% em 2009.
Tradicional importadora de alimentos, a situação venezuelana se agravou ao longo dos últimos anos em razão das constantes intervenções do governo chavista. Um levantamento feito pelo Estado sobre o comportamento das exportações brasileiras para a Venezuela, de 2007 até o primeiro semestre de 2010, revela um movimento claro de aumento da venda de alimentos em detrimento de produtos manufaturados, como automóveis e aparelhos de telefonia celular.
Disparada. Os dados sobre as exportações de café e milho em grão são dois bons exemplos dessa trajetória. Em 2007 e 2008, o Brasil não vendeu um grão sequer de café para os venezuelanos. No ano passado, o produto já apareceu em 15.º lugar na pauta de exportações, respondendo por 1,01% do total vendido para Caracas. Na primeira metade deste ano, ele ocupava a quinta posição, o equivalente a 2,82% da pauta.
No caso do milho em grão, o comportamento é ainda mais simbólico. Não há registro de venda do produto entre 2007 e 2009. Este ano, entretanto, o milho em grão já ocupa a nona posição. Em termos de volume, isto representa 117,8 mil toneladas embarcadas para a Venezuela.
Ao mesmo tempo, a venda de automóveis e celulares desapareceu. No topo da lista em 2007, com vendas respondendo por 19,4% do total exportado para a Venezuela naquele ano, estes dois produtos simplesmente sumiram da pauta na primeira metade de 2010.
Nos mercados subsidiados montados pelo governo venezuelano, costuma faltar todos os tipos de produtos básicos: manteiga, margarina, óleo, papel higiênico e maionese. Uma das indústrias locais fabricantes de óleo, a Empresas Diana, foi nacionalizada por Chávez e, agora, suas fábricas têm faixas com os dizeres "Feito no socialismo", na entrada.
Eleições. A escassez e a alta dos preços de alimentos são perigosas para Chávez por causa da proximidade das eleições. Quem mais sofre com o problema é a população mais pobre, base eleitoral do líder venezuelano. Segundo a Câmara de Comércio e Indústria Venezuelano-Brasileira, os exportadores brasileiros de produtos básicos têm recebido até pagamento adiantado, enquanto outros setores enfrentam atrasos. Tudo para que não falte frango em ano eleitoral. Por Renato Andrade e Patrícia Campos Mello - O Estado de S.Paulo
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