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18 de setembro de 2010

Brasil permissivo

Os escândalos escoam numa fluidez sem precedente na história deste País. Desde que assumiu o governo, em 2002, o presidente está vivendo um contínuo de acontecimentos que deixam os cidadãos, aqueles dotados de boa formação educacional, princípios morais e éticos, em completo pasmo. No início a justificativa presidencial era "eu não sabia", agora é coisa de oposição, considerando que ela exista. O Brasil, através do seu corpo político, está institucionalizando, via a permissividade, o banditismo. Com o aceite da sociedade.Qual a razão de tamanha aceitação popular do governo Lulla? Por Raphael Curvo


São muitas as respostas, algumas chegando até a sua idolatria. É preciso avaliar as razões e em que contexto isso tem sua fermentação. Sabemos que a população brasileira é composta de mais de 55% de analfabetos, inclusos os funcionais. É um contingente de aproximadamente 100 milhões de pessoas que por sua fraca formação educacional, a qual o Estado por sua incompetência não consegue dar solução, é de fácil cooptação e, mais ainda, de tranqüila condução e coordenação. Isto é prova desde a fundação da república quando a elite dominante, os fazendeiros e donos de terras denominados coronéis, com pequenos agrados induziam a obediência política nas votações.Esta ocorrência predatória ao desenvolvimento do País, teve sua prática coronelista até os anos 60 mas ainda vigora nos rincões nordestinos e interiorzão do Brasil.

A partir daí, sociedade brasileira desenvolve-se através da comunicação impressa e televisiva e toma consciência da evolução industrial e social pelo mundo. É por este meio, que se dá o processo de desenvolvimento de consumo e de exigências de melhoria na educação, saúde, segurança e todo o sistema de infraestrutura. A corrupção até então restrita a poucos agentes pelegos do governo, se espaira como tentáculos de polvo. O governo Collor deu pontapé inicial às grandes obras de corrupção. Foi o marco inicial do que está acontecendo até hoje.

O Estado, como grande indutor de tal fato, nada fez e faz para estancar esse mal que deturpa, inclusive, a educação da juventude brasileira. O "Grande Senhor" de alcunha Lulla, de forma descarada e dissimulada promoveu vários dos acontecimentos que aos olhos da população passaram a ser de somenos importância. Isto desde a declaração de que caixa 2 em campanha política, um ato ilegal, "não tem importância porque todo mundo faz".

Aí um dos marcos iniciais da permissividade à bandidagem. Aos olhos e entendimento da população, a prática de ações ilegais e até criminosas, passaram a não ter significados impeditivos a qualquer postulação na vida da República. De roldão, a democracia vai junto, sendo moldada de acordo com os interesses dos grupos dominantes do poder. O respeito às leis e regras de comportamento social e político foram para a lata do lixo. Os princípios de igualdade nas disputas eleitorais se tornaram folclore. O uso descarado da máquina pública se tornou um ato ilegal pequeno, permissivo.

Afinal, a sociedade, melhor, as massas estão inebriadas e extasiadas com seu novo carro na porta, nova TV na sala, nova geladeira na cozinha e uma belíssima máquina de lavar na área de serviço. A elite muito beneficiada e de forma dissimulada, como algo a parte da sociedade, nada contesta ante os ganhos, principalmente o setor bancário. Aposentados, como forma de aplacar sua ira com a redução dos proventos, recebem créditos consignados e juros subsidiados. A pobraiada, como diz o porteiro, não tem do que reclamar com a distribuição de dinheiro via programas sociais.

Todos, com exceção da elite por ter dinheiro, vão receber a fatura "doída" de tudo isso em pouco tempo. Não há sustentabilidade econômica para tal. Deixamos de nos preparar para crescer. Gastamos a sorte recebida. Somos pobres em tudo, desde a educação, saúde, infraestrutura e não bastasse, agora com a ética e a moral via a permissividade da população com o banditismo que se instalou nas entranhas do poder, do Governo do Brasil. Gazetadigital

Raphael Curvo é jornalista, advogado pela PUC/RJ, pós graduado pela Cândido Mendes/RJ e escreve em A Gazeta aos sábados. E-mail: raphaelcurvo@hotmail.com

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