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13 de setembro de 2010

Eleições no Brasil

Nos pares de antônimos que se seguem, talvez não haja neutralidade possível na escolha entre um e outro: democracia e ditadura; verdade e mentira; honestidade e desonestidade: razão e desrazão; justiça e injustiça; honra e desonra; seriedade e cinismo.

Tais pares de palavras, que se opõem entre si, não esgotam o elenco de opções que um eleitor deve fazer ao votar, embora, mesmo que o faça, talvez não deixe de se decepcionar mais tarde. Quem não toma cuidado algum, tem mais possibilidades de decepcionar-se. Mas os decepcionados não aprendem com seus erros. Por Rúbem Azevedo Lima


Uns votam como quem joga na loteria, para acertar o ganhador, no líder nas pesquisas. É o eleitor maria vai com as outras, que, depois, tem motivos para arrepender-se. Essa reação explica muitos votos dados a macacos, hipopótamos, palhaços ou candidatos inexpressivos, mas em voga, no dia do pleito: jogador de futebol, artista de televisão ou bandidos.

Numa das primeiras eleições pós-Estado Novo, deu-se, no Rio, fato curioso.O humorista Silvino Neto concorreu a uma vaga de vereador, dizendo, nos comícios, que se elegeria para enriquecer à custa do erário. Ele elegeu-se, foi dos melhores e mais sérios vereadores. No pleito seguinte, não se reelegeu.

As eleições de propaganda paga a peso de ouro são desiguais entre os candidatos. A campanha dos ricos é um show enganador. A marquetagem transforma gato em lebre. E, agora, pela primeira vez, no país, um presidente vai a programas eleitorais defender sua candidata e atacar o adversário. É o abuso sem direito de resposta.

Na quebra do sigilo em declarações de renda de Serra, de sua filha e genro, o presidente, apesar de provas em contrário, acusa-o de dizer "mentiras e baixar o nível da campanha". Ele pune, pois, a vítima que estrila e inocenta, antes de findo o processo penal do caso, o silêncio dos bandidos, autores das violações. É a eleição.

Melhor saiu-se Lula na defesa de seu filho, aquinhoado com presente dado pela empresa que venceria uma licitação pública. Ninguém ousou insinuar que ele mentira ao explicar esse caso. Opinião Correio Braziliense

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