Após vistoria em acampamentos, procurador diz que 94% das famílias não eram moradores
O Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul desconfia do uso eleitoral de cestas básicas distribuídas pela superintendência estadual do Incra para famílias de trabalhadores rurais acampadas no estado. O MP recomendou maior cuidado na distribuição, diante de irregularidades constatadas em vistorias em quatro acampamentos no Sul do estado. Nas vistorias, 94% das famílias não moravam nos acampamentos - iam até eles apenas receber as cestas Por Paulo Yafusso
Superintendente exonerado é irmão de candidato O procurador da República em Dourados, Marco Antonio Delfino de Almeida, disse que há indícios de que a distribuição de cestas tenha também fins eleitoreiros. A suspeita é investigada com base na Operação Tellus, realizada pela Polícia Federal em agosto, que levou à prisão de líderes sem-terra e de fornecedores e servidores do Incra, inclusive o superintendente Valdir Cipriano do Nascimento, exonerado no dia em que foi preso temporariamente.
Cipriano é irmão do presidente do PMDB no estado e candidato a deputado federal, Esacheu Cipriano do Nascimento.
De maio de 2009 a este ano, o número de cestas básicas distribuídas pelo Incra saltou de 13.930 para mais de 16 mil.
Neste período, o único episódio que teria aumentado o número de acampados foi a volta de "brasiguaios", agricultores brasileiros expulsos do Paraguai. Segundo o procurador, jamais o número de famílias de "brasiguaios" chegaria a 500. O Globo
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