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6 de setembro de 2010

A nova “classe média”, subempregada e endividada

E logo mais, desempregada

A nova classe média inventada por Lula, na verdade, continua sendo a mesma classe pobretona de outrora. A única coisa que mudou foi a embalagem: antes ela era chamada de classe “D”, agora é a “nova classe média”. Nela encontra-se 52% da população. São 92,8 milhões ganhando (dizem) salário mensal que varia entre R$ 1.115 e R$ 4.807. Por causa dessa nova designação, eles pensam que podem comprar coisas que antes não podiam. Acreditam mesmo que mudaram seu padrão vida.

Estamos falando de uma  “nova classe média” cuja maior característica e ser apolítica, tapada, distante dos assuntos cotidianos que lhe dizem respeito. Por isto, ela é incapaz de dar-se conta, por exemplo, de que seu salário é uma pouca vergonha porque seu emprego é chinfrim, de má qualidade, proporcional à sua falta de qualificação.


Veja isto: “A maior parte das vagas criadas está concentrada em setores que demandam pouca qualificação, pagam salários abaixo da média e são sensíveis às oscilações econômicas. São quase 10 milhões de brasileiros nesse mercado, ganhando uma média de 2,3 salários mínimos, sendo que a maior parte ganha 1,4 salário mínimo”. Deu no Correio: 50% dos empregos brasileiros são de má qualidade.

Nem mesmo o fato de estar endividada até o pescoço (segundo o Ipea, 54% das famílias estão devendo em média R$ 5.400), nem assim, essa “nova classe média” consegue perceber o óbvio: ela NUNCA deixou de ser a classe “D”. A única coisa diferente nessa história é que o governo aumentou sua capacidade de endividamento, deu-lhe o crédito, em troca de seu couro. Os Bancos estão fazendo a festa.

O Plínio de Arruda meteu a boca no trombone em um artigo publicado na Carta Capital: A farsa do salário mínimo: "Entre vivas e boas, o governo anunciou o novo salário mínimo de 538 reais - "o maior dos últimos tempos". Para equivaler ao salário mínimo decretado por Getulio Vargas, em 1941, o valor teria que ser de 2.130 reais. Como nesse país não se preserva a memória histórica, o que é uma vergonha passa a ser visto como uma façanha. O salário mínimo estabelecido por Vargas foi calculado com base nos preços de uma cesta básica considerada, na época, indispensável à manutenção da família".

O Plínio falou a verdade, mas a verdade não interessa. O povão acredita mesmo que agora faz parte da tal “nova classe média” do Lula e que pode consumir o que bem entender. A única coisa que preocupa essa gente é ter garantido seu poder de consumo. Eles querem saber de fazer carnês com prestações a perder de vista.

Essa é a nossa grande tragédia: um povo alienado, endividado, preso no crédito, mas ávido por continuar consumindo. E são eles que vão dar seu grito nas urnas.O  único temor dessa classe — segundo uma matéria do O Globo — é perder o emprego.

E não é que vão cair do cavalo?

Urticária: “Corre solta em Brasília uma previsão feita por economistas, segundo a qual o desemprego vai aumentar, como se não bastasse a legião de desempregados, situação que pode permanecer inalterada seja quem for o próximo presidente. Tudo porque a economia será desaquecida. Quem leu o texto teve urticárias. Toc-toc-toc”.

Ao fim e ao cabo, assistiremos ao triste espetáculo de ver essa nova classe média perdendo suas casas, carros e tudo o mais para os bancos. Tarde demais. Por Arthur (FDS)

2 comentários:

  1. Gosto de seu blog e de seus textos, Arthur. Tenho passado aqui para me informar e ver se conseguimos evitar a fila da sopa...rsss Tá difícil, né?

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  2. Obrigado, Miriam. É uma honra receber tua visita.
    A propósito, gostei muito do teu blog e da poesia do Torquato, que não conhecia.

    Grande abraço

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