nossa democracia corre risco
assine a petição online aqui


15 de setembro de 2010

Um legado muito preocupante

As instituições do Estado passaram a ser subservientes ao interesses do PT e não ao restante da população

Na minha perspectiva, diferentemente de 80% dos brasileiros que dizem aprovar seu governo, Lula é um fracasso. Dúbio, demagogo e hipócrita, está condenando o Brasil atual e suas futuras gerações. E o que é pior: na onda que envolve desde a população mais carente do País, principalmente a dos estados nordestinos, até empresários muitíssimo oportunistas, estabelecidos nas regiões mais ricas do Brasil, está conseguindo consolidar um projeto de poder na figura de uma desconhecida que se torna símbolo deste plano. Por Cláudio Slaviero


Digamos que sejam verdadeiros os níveis de aprovação de Lula. É um grande mérito para um presidente, especialmente um ex-metalúrgico que diziam meter medo em quase em todos os brasileiros, mas nunca causou medo algum aos seus patrões. Dentre seus méritos, está o fato de ter amadurecido e não ter levado a cabo o ideário do PT, que pregava a ruptura das instituições e a uma política econômica mais do que equivocada. Lula manteve a política econômica recebida de seu antecessor (o que nunca admite), deixou Henrique Meirelles no Banco Central e surfou na onda do crescimento econômico mundial. O País estava bem preparado, econômica e politicamente, pelo antecessor, para viver bem com instituições sólidas: democracia, liberdade e estabilidade.

Por outro lado, Lula demonstrou sempre que humildade não faz parte de seu vocabulário. Com inegável poder de persuasão e suas bolsas-esmolas, convenceu a população de que tudo foi obra dele. Aproveitando-se desses fatos, de sua alta popularidade e por se considerar o Messias, pintou e bordou, fez o que quis e pode deixar um temível legado para o Brasil.

Ética também não existe no vocabulário lulista. A desonestidade e a corrupção foram sempre minimizadas, mostrando que o crime compensa. Há numerosos episódios, mas cito o mensalão, os cartões corporativos, o dinheiro na cueca, o caso Celso Daniel e a quebra do sigilo bancário de 2,6 mil contribuintes – do caseiro Francenildo à família de José Serra.

Tudo não passa de "factoides", Lula costuma dizer e repetem seus áulicos. Enquanto isso, a carga tributaria aumentou, passando de 32% para 36%; a situação fiscal deteriorou-se, com o aumento dos gastos governamentais, passando de 4,2% para 8,8% do PIB; a dívida interna está em quase R$ 2 trilhões etc. Para o Fórum Econômico Mundial, o Brasil está entre os piores países do mundo em carga tributária, regulação, corrupção e infraestrutura. Há inchaço da máquina pública, "como nunca se viu neste País", com a criação de milhares de cargos para partidários do PT, aumento da burocracia com normas conflitantes, controle de mídia etc.

O Programa de Aceleração do Crescimento, criação da chamada "mãe do PAC", não representa nem 1% do PIB e serve apenas para comício eleitoral, pois os problemas de infraestrutura continuam. Nós, paranaenses, sabemos muito bem o que eles representam para nossa economia. As promessas de reformas trabalhista, política, tributária ou previdenciária, vitais para o país, ficaram na promessa. A tentativa de amordaçar a imprensa, de criar órgãos reguladores de controle da informação, de censurar blogs ou jornalistas, mostra a face ditatorial de Lula, minimizada por custos fantásticos, nunca revelados, apesar das solicitações no Congresso– da propaganda governamental em veículos complacentes.

A censura está viva: veja-se o exemplo recente da retirada do comentário de Arnaldo Jabor da rádio CBN.

Na diplomacia, Lula é um fiasco, não conseguindo nenhuma indicação para organizações internacionais; em termos de política externa é desastroso, apoiando ditadores como os irmãos Castro, Morales, Chávez, Correa, Zelaya e Ahmadinejad, todos antidemocratas convictos. Sua omissão na expulsão dos boxeadores cubanos e na greve de fome do ativista político de Cuba, além do asilo ao terrorista italiano Battisti mostram muito bem sua índole , assim como o apoio e proteção a organizações criminosas como as Farc e ao MST – que destrói propriedades produtivas e laboratórios de pesquisas e de plantios genéticos, mas recebe verbas através de ONGs.

Na política interna, Lula ressuscitou e apoiou políticos sem escrúpulos, como Fernando Collor, a família Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Michel Temer e uma legião de nomes que deveriam estar banidos há tempos da política nacional ou na cadeia.

Ao mesmo tempo, faz (mas nega) um descarado aparelhamento de Estado, com o apoio de centrais sindicais e do MST, promovendo o uso e abuso da máquina pública.
Quando o corporativismo do PT e seus tentáculos confundem-se com o Estado, há um sério risco para a democracia. Os petistas controlam postos-chaves do governo, com um orçamento de quase R$ 1 trilhão. O setor público está sendo capturado por interesses organizados, que tratam o Estado como se fosse um partido. As instituições do Estado passaram a ser subservientes ao interesses do PT e não ao restante da população. Isto incomoda a qualquer brasileiro que não tenha rabo preso ao governo, e demonstra a verdadeira face "democrata" do Lula. Pior é que ele, com o endosso de fortes setores empresariais e financeiros, que fazem de conta que não enxergam nada, por conta de seus interesses, apoia como candidata à sua sucessão uma ex-terrorista que assaltou, sequestrou e atentou contra a vida de brasileiros. Ela, sem nenhuma experiência administrativa, quer perpetuar os tentáculos malévolos de seu partido, o PT, e de seu criador, Lula.

Cláudio Slaviero é empresário, ex-presidente da Associação Comercial do Paraná e autor do livro "A vergonha nossa de cada dia"


Nenhum comentário:

Postar um comentário