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15 de outubro de 2010

Além da questão do aborto, Dilma deveria ser questionada sobre o PNDH-3

O PNDH-3 é a grande ameaça à liberdade da sociedade brasileira, e é sobre ele que a candidata petista deveria ser questionada.

Embora seja um tema polêmico e muito importante, o aborto não é o único ponto a ser levantado para questionar as posições da candidata petista e de seu partido. A abordagem de um assunto caro aos valores da maioria da população brasileira, o direito à vida do feto indefeso, fez com que muitos eleitores procurassem saber o que pretendem os candidatos ao cargo de Presidente da República quanto a este tópico. As posições da candidata sobre o tema fizeram o público perceber que ela é contraditória, ambígua ou claramente contrária aos desejos de uma significativa parte da população. Por Paulo Diniz Zamboni



Ressalte-se que a candidata tem o direito de ser favorável ao aborto – afinal, cada um tem e revela os valores que cultivou durante uma vida – mas não tem o direito de tergiversar sobre o assunto – além de desqualificar aqueles que simplesmente lembraram ao público as declarações que havia dado sobre o assunto, demonstrando que ela e seus simpatizantes tinham consciência de que suas posições eram potencialmente negativas junto ao eleitorado, sendo necessário escondê-las.

Mas urge lembrar que este não é o único tema vital em relação ao qual a candidata petista deveria ser cobrada. Também deveria ser questionada sobre seu posicionamento frente a outros pontos do PNDH-3 - Plano Nacional dos Direitos Humanos-3, no qual a liberação do aborto está inserida.

Pelo conteúdo do PNDH-3, o País pode esperar medidas tão radicais quanto a liberalização do aborto, como a criminalização do direito de opinião, especialmente decorrente de opções religiosas, relativização do direito de propriedade privada, particularmente no campo, supressão da liberdade de imprensa – para citar apenas alguns exemplos.

Documento redigido tendo como base os desejos da militância petista e seus aliados de extrema esquerda, formatado segundo as conclusões das reuniões de grupelhos que têm a pretensão de ser os representantes e porta-vozes de uma população de 200 milhões de almas, passando por cima do Legislativo, o PNDH-3 seria o paradigma de um novo ordenamento social e jurídico, usando para tanto o aparelho estatal e seus instrumentos de coerção.

Diante da maioria obtida nestas eleições pelos partidos que formam a base governista, é fácil ver o que ocorrerá se um Executivo controlado pelo PT apresentar tais propostas para votação a partir da próxima legislatura.

O PNDH-3 é a grande ameaça à liberdade da sociedade brasileira, e é sobre ele que a candidata petista, cujo próprio passado é escondido a sete chaves, deveria ser questionada.

Tomando consciência dos pontos obscuros que cercam a candidatura oficial, a opinião pública poderia exigir respostas claras de Dilma Roussef – como está fazendo agora em relação ao aborto – e fatalmente perceberia que está diante de apenas uma das árvores que formam a sombria floresta de assuntos explosivos envolvendo o PT e sua candidata.
Se o público não for corretamente informado, isso representará não só o desperdício do principal trunfo a ser usado contra os totalitários – a questão cultural/moral, tão ou até mais importante do que os temas administrativos e técnicos –, mas poderá facilitar a criação de um engodo, limitando as atenções a um único assunto embaraçoso, mas passível de ter as repercussões restringidas, enquanto o contexto maior do qual faz parte passa ao largo do debate público.

Paulo Diniz Zamboni é formado em História e coordenou o livro "Conspiração de Portas Abertas", sobre o Foro de São Paulo. www.midiaamais.com.br

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