nossa democracia corre risco
assine a petição online aqui


2 de outubro de 2010

Gasolina cara 'capitaliza' Petrobras: combustível deveria custar 12% menos


Nós, contribuintes, somos obrigados a bancar a 'capitalização' da estatal dos companheiros, via extorsão, na hora de abastecer o carro. O combustível deveria custar 12% menos no Brasil nas bombas do que o valor atual se a Petrobras seguisse os preços praticados hoje no mercado internacional. O assalto aos consumidores já garantiu à estatal R$ 25,9 bi  em 2 anos. E depois somos obrigados a ouvir aquela conversa mole, que a Petrobras não repassa os aumentos quando o barril sobe no mercado internacional. Somos literalmente roubados! Até quando?! – Por Arthur



A matéria: E o diesel deveria ser entre 10% e 11% mais barato, segundo estimativas do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE). Levantamento do CBIE mostra que hoje, nos EUA, o litro de gasolina nas refinarias custa R$ 0,87, contra R$ 1,03 no Brasil — uma diferença na porta da refinaria, antes dos impostos, de 18,4%. O CBIE estima ainda que, ao manter os preços de gasolina, diesel e gás de botijão defasados desde outubro de 2008 (quando as cotações do petróleo no mercado internacional começaram a cair) até o mês passado, a Petrobras obteve uma receita adicional de cerca de R$ 25,9 bilhões nesse período.

Esse montante é pouco mais da metade dos cerca de R$ 45 bilhões que entrarão no caixa da empresa com sua recente capitalização, cujo valor total foi de R$ 120 bilhões, mas que incluiu repasses do governo via cessão de barris de petróleo.

Política é de longo prazo, diz empresa

Adriano Pires Rodrigues, do CBIE destacou, contudo, que a Petrobras não recuperou ainda toda perda de receita que sofreu desde o início de 2008, antes do agravamento da crise financeira, quando os preços do petróleo dispararam no mercado internacional e não foram repassados para o consumidor brasileiro. Segundo o executivo, ainda existe uma perda de receita a ser recuperada da ordem de R$ 7,5 bilhões.

— Essa política de preços é errada, porque um dia é a Petrobras subsidiando o consumidor e, em outros momentos, é o consumidor subsidiando a Petrobras — destacou Adriano Pires.

Segundo cálculos feitos pelo CBIE, a gasolina vendida pela Petrobras em suas refinarias, sem impostos, está 18,4% mais cara do que os preços médios do produto no Golfo Americano. Já o óleo diesel está sendo vendido a preços 18,9% maiores do que no mercado americano, enquanto o GLP (gás de botijão), que por muito tempo foi subsidiado pela Petrobras, está 18,1% mais caro.

A gasolina, óleo diesel e o GLP, que representam cerca de 60% da receita da Petrobras, tiveram apenas cinco reajustes de preços desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. Os preços são livres e acompanham, entre outras coisas, as cotações internacionais do petróleo e seus derivados e o câmbio.Os demais combustíveis, com menor impacto na economia e na inflação, são reajustados todo mês.

A última mudança de preços foi em junho do ano passado, com uma redução de 4,5% para a gasolina e de 15% para o diesel. Mas essa redução no entanto, não chegou aos consumidores porque o governo também elevou a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, um dos tributos cobrados sobre combustíveis), aumentando sua arrecadação.

O técnico de telecomunicações Fernando Vieira gasta mais de R$ 200 por mês abastecendo de gasolina a sua moto. Ele já chegou a pagar mais de R$ 3 pelo litro do combustível aditivado e acredita que o consumidor final sai perdendo no Brasil quando o assunto é preço: — Eu acho que o preço razoável seria pelo menos a metade do que é hoje. Tenho vários amigos que viajam pela América do Sul e dizem que nos outros países a gasolina é mais barata e de melhor qualidade — disse Vieira.

Em nota, a Petrobras reafirmou que sua política de preços para esses combustíveis (gasolina, diesel e GLP) é de é de médio e longo prazos. A companhia informou que seus preços de venda da gasolina estão 10% acima dos preços no Golfo Americano, com base em dados de junho da Agência Internacional de Energia, e o diesel está 16% mais caro.

“Dessa forma, os preços se mantêm alinhados aos nossos principais concorrentes no longo prazo e o consumidor brasileiro fica protegido da extrema volatilidade do mercado internacional de derivados, que reflete muitas vezes conflitos geopolíticos, fatores climáticos ou movimentos especulativos”, disse a Petrobras.

A Petrobras destacou que a comparação de preços de combustíveis entre países deve considerar as diferenças entre as políticas macroeconômicas e modelos de comercialização adotados, disponibilidade de produto e sazonalidades regionais, adição de biocombustíveis, entre outros aspectos. Por Ramona Ordoñez - O Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário