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26 de outubro de 2010

O bispo de Cajazeiras

Macedinho, o comendador, foi secretário particular de Café Filho. Depois, secretário de Ademar de Barros. Houve eleições para a Presidência da República, Ademar perdeu, estava amolado, chateado. De manhã cedo, entra no gabinete o comendador Macedinho, todo lépido:

– Governador, está aí fora o bispo de Cajazeiras, aquele amigo seu.
– Amigo meu, é? Amigo do dinheiro. Me levou 3 mil contos para a campanha e eu perdi lá. Não recebo não.
– Mas, governador, não fica bem. Afinal de contas, é um bispo, um príncipe da Igreja.
– E eu com isso? Não tenho nada com o império dele.

ADEMAR
Macedinho insistiu, Ademar resolveu ceder:
– Está bem, manda ele entrar e bota na sala. – Por Sebastião Nery


O bispo entrou, sentou-se. Todo solene. Como um príncipe. Ademar chegou, ficou de pé, olhou longamente para o bispo, não estendeu a mão:

– Bom dia, senhor bispo. Não tenho assunto nenhum para conversar com o senhor. Mas o Macedinho, meu secretário, vai atender.
Foi lá dentro, deu uma ordem gritada a Macedinho, que tentou argumentar, discutir, mas Ademar interrompeu:
– Cumpra minha ordem e assunto encerrado.
Macedinho saiu todo encabulado, vermelho:
– Senhor bispo, o governador mandou lhe dizer para o senhor ir à puta que o pariu.
O bispo levou um susto, levantou-se, não disse nada, saiu. Até hoje, no Palácio Bandeirantes, em São Paulo, quando chega alguém indesejável, os velhos funcionários dão a senha:
– Está aí o bispo de Cajazeiras.

CONSTITUIÇÃO
Lula não é Ademar. Ademar nunca chegou à Presidência da República. Mas, mais do que presidente da República, Lula é um cidadão brasileiro. E a Constituição, a lei dos cidadãos, diz no caput do capítulo 5º: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza... Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição”.

Logo, qualquer cidadão brasileiro tem os mesmos direitos que o outro, seja quem for, seja o que for. Os direitos que Lula tem, os outros todos, nós todos, temos.

LULA
Lula tem a mania de agredir, esculhambar todo mundo. Acha que, por ter nascido em Caetés, um buraco geográfico, e ter saído de lá no lombo de um caminhão de retirantes, está autorizado a ser grosso, mal educado, boca suja e xingar impunemente quem quiser, “insultar os adversários”, chamar de “farsantes” (Dora Kramer, no Estado de S. Paulo).

Desde o começo da campanha eleitoral foi assim. Nesses últimos dias, piorou. Na TV, diante da Nação, chamou José Serra de “mentiroso descarado”, o governador de Goiás Marconi Perilo de “mau caráter”.

Como todos somos “iguais perante a lei”, o Serra, o Perillo, o leitor, eu, teríamos todos o direito de responder, dizendo de Lula o que quiséssemos. Por exemplo, que ele é um “cafajeste”. Ou, como domingo dizia na Folha de S. Paulo a brava e incorruptível Eliane Cantanhede, que Lula é um “despudorado”, um “presidente sem pudor”.

MUSSOLINI
Mas nem Serra, nem Perillo, nem o leitor, nem eu vamos chamar Lula de “cafajeste”, porque senão ele destampa o esgoto jurídico do governo e despeja em cima de todos nós.

“Todos são iguais perante a lei”, menos Lula. Nos governos fascistas é assim. A lei não valia para Mussolini. O PT virou um partido fascista, à frente de um governo fascista, comandado pelo Mussolinizinho de São Bernardo que quer voltar em 2014. Médici nunca chamou ninguém de “descarado”, “farsante”, “mau caráter”. E Franklin Maertis, Dirceu, Dilma, Genoino, tantos saíram para a luta armada, com o apoio de tantos de nós, para derrubarmos o “ditador”.

Se Lula insistir em voltar em 2014 pisando no pescoço de todo mundo, alguém vai convocar Franklin, Dirceu, Dilma, Genoino, para um movimento armado a fim de defendermos a Nação contra o “Duce” Lula.

FOLHA
Lá na página 16 (17 de outubro), a Folha publicou esse número de sua última pesquisa, o mais importante de todos, embora tão escondidinho:
– “Quem é mais preparado para ser presidente da República? Serra 49%; Dilma 39%”. Mas o brasileiro prefere o Big Brother,um“governo de sacanagem”.

GENRINHO
O Valor Econômico contou que, em Porto Alegre, José Serra “ignorou perguntas” do jornalista Breno Costa por serem “para colocar no horário eleitoral do PT”. Desonestamente, o jornal escondeu que o Breno é o “genro do genro”, genro do governador eleito Tarso Genro, a serviço dele.

BANCO DO BRASIL
Todo ano, no balanço, o Banco do Brasil distribui aos empregados dois salários como PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Agora, cortou os 2 salários para 1,8. Um corte misterioso. Vão dar para quem?

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