Investigação da Polícia Federal fez conexão entre a quebra do sigilo fiscal de pessoas ligadas ao candidato José Serra (PSDB) e o dossiê preparado pelo chamado "grupo de inteligência" da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT), segundo reportagem publicada na "Folha de S. Paulo" nesta quarta-feira.
A PF descobriu que o jornalista Amaury Ribeiro Jr. encomendou a compra de informações obtidas ilegalmente ao despachante Dirceu Garcia. Este último intermediou a compra dos dados obtidos ilegalmente em agências da Receita no Estado de São Paulo.
O elo foi estabelecido a partir do levantamento de ligações entre o despachante e o jornalista revelado pelo cruzamento de extratos telefônicos obtidos pela PF com autorização judicial. O uso de informações confidenciais de tucanos no dossiê petista foi revelado pela Folha em junho.
Em depoimento à polícia neste mês, Garcia confirmou que Amaury pagou pelos dados da filha e do genro de Serra, Verônica e Alexandre Bourgeois, do dirigente tucano Eduardo Jorge e de outros integrantes do PSDB. O despachante disse ter recebido R$ 12 mil pelo trabalho.
No inquérito aberto para investigar a violação do sigilo fiscal de parentes e pessoas próximas a Serra, a PF já ouviu até agora 37 pessoas em mais de 50 depoimentos - alguns foram inquiridos mais de uma vez.
Ribeiro Jr. não foi indiciado até o momento. Ele sempre negou que estivesse trabalhando para a campanha do PT, mas teria participado de uma reunião da "equipe de inteligência" no dia 20 de abril num restaurante de Brasília. Na ocasião, o responsável pela comunicação da pré-campanha de Dilma era o jornalista Luiz Lanzetta.
A existência do grupo foi revelado por uma reportagem da revista "Veja" em que Amaury atribuia a uma ala do PT o furto de informações do seu computador e o vazamento "por interesse político".
Garcia chegou a negar envolvimento com o caso, mas depois de ser confrontado com o histórico de telefonemas dele com Amaury admitiu o pedido e a execução dos serviços. Agências
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