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22 de outubro de 2010

Presidente não pode ser só do PT

Faz mais de um ano que o presidente da República Federativa do Brasil, senhor Luiz Inácio Lula da Silva, deixou de agir como presidente da República Federativa do Brasil. Obcecado pelo projeto de eleger sua sucessora na Presidência da República, deixou de ser o presidente Luiz Inácio da Silva. Voltou a ser o Lula do PT, mas sem se afastar do poder, do cargo, do comando da máquina. Faz mais de um ano que a campanha da sucessora de Lula está lançada, sempre sob o comando dele e, em repetidas ocasiões, em desafio frontal à legislação eleitoral em vigor. Solenidades oficiais vêm sendo sistematicamente transformadas em palanques eleitorais. A notável popularidade que Lula conquistou, embalado pela estabilidade econômica que herdou, tem sido posta a serviço da campanha, do triunfo eleitoral. Editorial diáriodesp


Oficialmente presidente de todos os brasileiros, o Lula em ação eleitoral seguidamente provoca a divisão dos brasileiros. Em suas invectivas contra o que chama de elites, em seu ataque reiterado aos meios de comunicação, ele conclama para uma luta de "nós" contra "eles", para o embate entre o atual governo e os "do contra".

A essas atitudes, o presidente somou ontem uma ironia sobre a violência praticada contra o candidato da oposição, dois dias atrás, no Rio de Janeiro. Numa cena fotografada e filmada por toda a mídia, militantes do PT tumultuaram a caminhada que o candidato oposicionista fazia pelas ruas de um subúrbio carioca. Com faixas, cartazes e impropérios, atacaram os que acompanhavam o candidato. A certa altura, um objeto foi atirado contra a cabeça do candidato.

Falou-se inicialmente que tal objeto seria uma bobina de fita adesiva. Viu-se depois que uma bola de papel foi atirada, pouco maior que uma bola de tênis. Foi o que bastou para o Lula do PT afirmar que tudo não passou de uma farsa, que o candidato fingiu ser agredido. (As imagens da TV Globo mostram que a bola de papel foi anterior a um objeto mais pesado.) Rebaixando a disputa eleitoral para o terreno do futebol, que tanto aprecia, comparou a agressão à farsa montada em 1989 pelo goleiro chileno Rojas, que arranhou o próprio rosto para dar a impressão de que fora atingido por um foguete.

Mesmo que o objeto atirado contra o candidato fosse uma pétala de flor, seria uma agressão que o presidente da República Federativa do Brasil teria que lamentar. A agressão maior, à própria liberdade democrática, está no fato de militantes de um partido político tentarem impedir a manifestação do partido político rival. Ao tratarem seus rivais como inimigos, aqueles aloprados do PT fluminense não podem receber apoio, mesmo que implícito, do presidente da República. diáriodesp

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