Escalada da arrecadação federal de impostos deve levar país a novo recorde da carga tributária este ano
A escalada da arrecadação federal de impostos deve levar o país a um novo recorde da carga tributária este ano. Estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) estima que, ao ritmo dos nove primeiros meses do ano, o total de tributos pagos pelos brasileiros deve crescer 0,7 ponto percentual sobre o ano passado. Em valores absolutos, isso significará que, ao final de 2010, cada brasileiro terá pago, em média, R$ 1.000 a mais em impostos na comparação com o ano passado. Pelas contas do IBPT, a arrecadação "per capta" no Brasil atingirá a marca de R$ 6.723,42, contra R$ 5.723,42 em 2009. Por Ronaldo D'Ercole
- Devemos fechar o ano com uma carga tributária equivalente a 35,5 % do PIB (Produto Interno Bruto), também um novo recorde para o país - prevê Gilberto do Amaral, diretor técnico do IBPT e responsável pelo estudo.
No ano passado, os impostos pagos por cidadãos e empresas representaram 34,8% do PIB brasileiro.
O estudo do IBPT estima que no próximo dia 26 o total de impostos pagos no país deve chegar a R$ 1 trilhão, cifra só alcançada em meados de dezembro do ano passado.
- A arrecadação dos tributos estaduais e municipais está crescendo no mesmo ritmo dos federais, que têm um impacto maior porque representam 70% da arrecadação toral - observa Amaral.
Segundo o especialista, o aumento da arrecadação não se justifica somente pelo crescimento da economia. A arrecadação aumentou 12% em termos reais e a economia não vai crescer tanto. Essa diferença, diz, se deve à "multi-incidência" de tributos no país.
- Somos o único país do mundo em que a base de cálculo de um tributo, já inclui no preço do produto o valor do tributo - afirma Amaral, que não vê na reforma tributária o caminho para a correção dessa distorção. - A reforma apenas altera a redistribuição dos impostos. O que precisamos é de uma simplificação da estrutura tributária com redução das alíquotas, medidas que podem ser tomadas por iniciativa do executivo.O Globo
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