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20 de outubro de 2010

Gráfica também fez jornal pró-Dilma no 2º turno

Salafrários - Arthur

A propaganda foi encomendada pela Central dos Tratabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, um dia após o resultado do primeiro turno. A empresa é a mesma onde a Polícia Federal apreendeu 1,1 milhão de panfletos da Igreja contra o aborto no domingo

Um dia após sair o resultado do primeiro turno das eleições, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) encomendou, na Gráfica Pana, material de propaganda eleitoral da candidata do PT, Dilma Rousseff. A Pana é a mesma gráfica onde, no último domingo, a Polícia Federal apreendeu 1,1 milhão de panfletos da Igreja contra o aborto e foi acusada pelo PT de trabalhar para a campanha do tucano José Serra. Por Cristina Christiano



Segundo o contador da gráfica, Paulo Ogawa, a CTB encomendou 75 mil jornais, que foram entregues no último dia 6. A nota fiscal, no valor de R$ 5.296,00, está em nome da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, sediada na Avenida Liberdade, 113, 4º andar. O vencimento da fatura é 3 de novembro.

A Pana teve entre seus principais clientes nestas eleições candidatos do Partido dos Trabalhadores, como Paulo Teixeira e Simão Pedro que, juntos, gastaram R$ 170 mil com material de campanha. O PSTU também desembolsou R$ 25 mil com propaganda política impressa na gráfica. Igrejas católicas, evangélicas e budistas também estão entre os clientes assíduos.

"O valor de R$ 30 mil do material da Igreja é irrisório diante dos trabalhos que faço para eles ficarem com picuinha. Jamais ia expor a gráfica em favor de um ou outro candidato", diz Ogawa. "Trabalho para quem me paga e tem crédito", afirma.

Ogawa é pai do dono e marido da sócia da empresa, Arlety Satico Kobayashi. Ela, conforme o DIÁRIO noticiou na segunda, é filiada ao PSDB.

O fato de Arlety ser filiada ao PSDB levou o PT a levantar suspeitas de que os tucanos poderiam ter ligação com os panfletos da Igreja e pedir ao TSE mandado de busca e apreensão. "Há indícios veementes de que possam ter sido produzidos pela campanha de nosso adversário", disse o secretário-geral do PT, José Eduardo Cardozo, segunda-feira.

"A Arlety nunca foi militante. Ela se filiou ao partido dos tucanos em 1991, quando trabalhava no gabinete do irmão, Paulo Kobayashi, na presidência da Assembleia Legislativa", explica Ogawa. A empresária também é irmã do tucano Sergio Kobayashi, coordenador de infraestrutura da campanha do candidato tucano José Serra.

"O Sérgio foi um dos maiores opositores do meu casamento com a irmã dele e, por isso, há 20 anos que não conversamos", conta Ogawa. "Para ficar comigo, ela se desvinculou do gabinete do Paulo, meu grande amigo, porque disse que não queria chupim partidário."

Arlety, que está em viagem pelos Estados Unidos, é funcionária concursada da Assembleia desde 82 e, hoje, trabalha no departamento de finanças, que é dirigida por petistas. Diariosp

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