Após 11 anos no cargo, o presidente venezuelano Hugo Chávez não tem nada parecido com um democrata, mas tem muito com um ditador. Um olhar sobre sua gestão de governo - para manterse no poder a todo custo - revela semelhanças notáveis com alguns dos tiranos mais cruéis e brutais do mundo moderno. Basta comparar Chavez com o pior dos piores na história recente: Robert Mugabe do Zimbábue, Omar Hassan al -Bashir do Sudão e Jean Kambanda de Ruanda. Fonte Daily News – Por Diego Arria
Robert Mugabe. A praga do Zimbabué, está no poder há 30 anos. Em 2000, começou uma política radical de confiscar as fazendas dos agricultores brancos - o que levou ao colapso o que tinha sido uma economia muito próspera.
Chávez tem seguido a essência da mesma prática, confiscando mais de 6 milhões de hectares dos agricultores privados que ele chama de oligarcas - mas que são na verdade os dissidentes políticos. Hoje, tanto a Venezuela como o Zimbabwe importam cerca de dois terços dos alimentos que consomem.
Como é que Mugabe faz para fazer valer seus agressivos editais econômicos? Usa as milícias chamadas de “bombardeios verdes”, que aterrorizam os dissidentes e saqueiam mercearias, açougues, fazendas, fábricas e empresas comerciais. Seus homólogos da Venezuela são os Círculos Bolivarianos - que gozam de imunidade judicial e policial, e que são empregados nas organizações militares e policiais para a prática de pilhagem como uma política de Estado.
Omar Hassan al Bashir. Bashir, que mantém o poder ilegitimamente desde 1989, tem a “honra” de ser o primeiro a ser acusado pelo Tribunal Penal Internacional, por cumplicidade em crimes contra a humanidade em Darfur, onde entre 200.000 e 400.000 pessoas morreram.
Chávez também tem obrigado ao exílio milhares de pessoas pertencentes a grupos específicos, e para conservarse no poder, ele tornou o conselho nacional eleitoral como seu próprio ministério nas eleições. Na recente Cumbre Árabe-Latinoamericana, Chávez qualificou a acusação do Tribunal Penal Internacional, ao seu "amigo" Al Bashir, como "um horror judiciário e uma demonstração de falta de desrespeito para com o povo do Terceiro Mundo”.
Jean Kambanda. Kambanda, foi o primeiro ex-chefe de Estado a ser condenado por um tribunal penal internacional por cometer genocídio e crimes contra a humanidade. Por uma questão de política governamental, Kambanda empreendeu uma campanha de ódio e violência, que matou 800.000 pessoas. O ditador usou suas emissoras de televisão, principalmente o canal ‘Livre das Mil Colinas’, a Rádio Ruanda e seu jornal Kangura, durante o genocídio que teve lugar em 1992.
As emissoras de televisão e de rádio de Chávez são aprendizes ansiosos da ‘Mil Colinas’ de Kambanda, e de seus seguidores que usam o termo "inyenz” baratas - em referência à etnia tutsi. Chávez apelidou seus opositores "esquálidos" de os miseráveis, e em seus longos programas diários - com mais de 70 emissoras de televisão e 400 estações de rádio – ele ameaça “varrer e liquidá-los”.
E, enquanto Chávez não pode assassinar as pessoas em grande escala, como em Kambanda, não há um chefe de Estado no continente que tenha feito da promoção da violência e do ódio pessoal, uma política de Estado, como fez Chávez. Durante seu governo, mais de 110 mil pessoas sofreram mortes violentas, em grande parte devido ao clima de impunidade fomentada pelo seu regime.
Durante meu mandato como membro não - permanente do Conselho de Segurança da ONU representando a Venezuela, tive a oportunidade de participar no processo que criou os tribunais penais para Ruanda, Serra Leoa e para a ex-Iugoslávia. Chávez tem demonstrado que ele não precisa de ninguém para invejar quando se trata de promover o medo e a morte, entre seu próprio povo. Ele é um candidato natural a seguir Bashir e a ser indiciado pelo Tribunal Penal Internacional, por crimes de lesa humanidade. Como dizemos na Venezuela: “Chávez - que usted ve en La Haya”, diz Arria, ex-representante permanente da Venezuela na ONU. – Tradução FiladaSopa
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