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11 de setembro de 2010

A solidariedade brasileira com a correspondente do Clarín

Bom, já que publiquei anteontem sobre o papelão da ministra Debora Giorg, ao expulsar uma jornalista do Clarín de uma coletiva no Planalto, então publico também esta “nota” de hoje, do jornal argentino. Arthur

A tradução: Os telefones da correspondente do Clarín no Brasil, Eleonora Gosman, não pararam de tocar durante o dia. Colegas, amigos, companheiros de outros tempos, trouxeram expressões de solidariedade. Mas entre as chamadas teve uma em particular, que surpreendeu a jornalista. Era uma assessora de imprensa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Brasil, que quis enviar a seguinte mensagem: "O ministro Miguel Jorge quer deixar claro que este episódio jamais poderia ter ocorrido se ele estivesse presente".


Houve duas razões para esta reação: No Brasil, a mídia está longe de ser oficialista. Entretanto, nenhum funcionário jamais iria bloquear a entrada de um profissional para uma reunião, à qual a imprensa do país havia sido convidada.

Além disso, o ministro é um homem que se formou em jornalismo, na universidade, atuou como Vice-Diretor Editorial, e por isso conhece as regras do jogo.

Por sua vez, o prestigiado jornal o Estado de São Paulo publicou ontem um artigo ontem sublinhou que a correspondente do Clarín "foi proibida" de participar de uma coletiva de imprensa, "concedida pela ministra da Indústria Debora Giorgi em Brasília". O artigo argumenta que "um subordinado da ministra disse que tratava-se de uma reunião privada, mas, no entanto, permitiu a entrada de outros dois jornalistas de jornais aliados ao governo".

Em Buenos Aires, a deputada Silvana Giúdici, chefe da Comissão de Libertade de Expressão convidou o governo ao “respeito para com o trabalho jornalístico”. Clarín.com


Eu, Arthur,
novamente me posiciono sobre este assunto, considerando que muitos argentinos estão visitando o blogue por estes dias, por conta desta notícia que publiquei.

É triste mas é a realidade: quanto menos temos, com menos nos contentamos. E isto vale principalmente para com a liberdade. Quanto menos espaço eles nos dão, mais aprendemos a nos virar em cubículos, com farelos, e assim por diante.

O Clarín e toda imprensa argentina, infelizmente, estão em processo de extinção, por isto, qualquer mínimo gesto de respeito para com eles, não importa vindo de quem, os satisfaz.

No texto publicado hoje (11), o diário argentino preocupou-se em ressaltar que a imprensa brasileira não está alinhada com o governo. Ledo engano. Todos estão alinhadíssimos com Lula. Uns mais outros menos, mas todos cooptados. Tanto estão, que praticamente eles não divulgaram esta ocorrência GRAVE e VERGONHOSA, em Brasília, com a jornalista do Clarín, expulsa de uma coletiva pela arrogante ministra de Cristina K.

A Folha limitou-se a soltar uma pequena nota (desprezível) para seus assinantes. O Globo sequer tocou no assunto. A exceção ficou mesmo por conta do Estadão.

Quanto ao posicionamento do ministro Miguel Jorge, de que ele não estava presente durante o ato vexaminoso protagonizado pela ministra argentina, é muito cômodo mandar um assessor ligar (para a parte ofendida) e dar esta desculpa esfarrapada.

Isto jamais que poderia ter acontecido. Mesmo sem a presença física do ministro. Foi um ato de desrespeito da autoridade argentina.

Eu, particularmente - um réles cidadão comum - coloco esta ocorrência como um incidente diplomático, que, no meu entender, mereceria um pedido de desculpa formal, por parte do governo de Cristina K, ao ministro Miguel Jorge.

Afinal, por mais que “isto daqui” tenha virado a casa da mãe Joana, aqui no Brasil a liberdade de imprensa ainda vigora. Nós brasileiros, os democráticos, dispensamos os arroubos da tiranete portenha e suas estúpidas ordens, dentro da nossa casa. Por Arthur (FDS)

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