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13 de setembro de 2010

‘Wall Street Journal’ vê risco de Petrobrás virar PDVSA

Lulismo e chavismo sem tirar nem pôr - Arthur

No dia em que se inicia o período de reserva de ações para participação da gigantesca oferta de ações da Petrobras – que deve ser uma das maiores do mundo, o diário nova-iorquino “The Wall Street Journal” afirmou na edição desta segunda-feira, 13, que é a política, e não a inédita perfuração de uma camada de sal em águas profundas, o maior risco oferecido pela companhia.

“Na medida em que a Petrobrás for usada como instrumento de política nacional [...] ela se prepara para ficar se tornar politizada”, afirma o jornalista Edward Tan, autor do texto. “O perigo é de que ela fique parecida com a Petróleos Mexicanos ou com a Petróleo de Venezuela S.A. [PDVSA], [...] que têm sido usadas para promover várias causas sociais.” Por Sílvio Guedes Crespo


O jornal cita dois fatores que geram risco de que a empresa seja usada para interesses políticos. Primeiro, a proposta que torna a Petrobrás a operadora exclusiva das áreas do pré-sal não licenciadas. Com isso, a companhia sozinha comprará da União 5 bilhões de barris por US$ 42 bilhões, um preço considerado alto por muitos analistas.

O outro fator apontado pelo “Journal” é a eleição. “A candidata com uma ampla vantagem nas pesquisas, Dilma Rousseff, é frequentemente vista como uma pessoa com visões mais esquerdistas do que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda que ela tenha o apoio dele”, afirma a reportagem.

Apesar de apontar esses riscos, a reportagem afirma que ultimamente “a Petrobrás tem sido operada de forma independente, especialmente desde 2002”. A companhia tem sido “habilmente administrada em base comercial”, afirma o texto.

O jornal não cita nenhum analista que tenha chamado atenção para o risco político. Especialistas ouvidos pela jornalista Roberta Scrivano, do “Estado”, disseram que a capitalização da Petrobrás pode dar impulso a outros papéis da Bola de Valores, de empresas que prestam serviço à estatal.

Atualmente, o governo tem 30% do capital da Petrobrás, mas concentra 55% das ações que dão direito a voto, o que lhe permite controlar a companhia. Radar Econômico do Estadão

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