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14 de outubro de 2010

Mais um empresário diz à PF que se encontrou com Erenice

Reunião teria sido na Casa Civil

Mais um empresário confirmou encontro com a ex-ministra Erenice Guerra na Casa Civil, o que contradiz versão do governo e corrobora denúncia de que um esquema de lobby era operado dentro da pasta na época em que era comandada pela candidata do PT à sucessão presidencial, Dilma Rousseff.

A Folha teve acesso aos 12 depoimentos prestados até agora no inquérito que investiga tráfico de influência na Casa Civil, tratado como sigiloso pela Polícia Federal. Aldo Wagner, sócio da EDRB, disse à PF que Erenice participou da reunião em 10 de novembro, quando foi apresentado o projeto na área de energia solar da empresa. "Essa reunião durou cerca de 1h15, sendo que Erenice Guerra nela permaneceu por 45 minutos." Por Andrezza Matais, Rubens Valente e Fernanda Odila


Segundo Wagner, depois dessa reunião a empresa de lobby do filho de Erenice apareceu para viabilizar o negócio com um empréstimo do BNDES mediante pagamento de "taxa de sucesso".

A reunião confirmada agora por Wagner foi citada pelo consultor Rubnei Quícoli em entrevista à Folha em setembro, que resultou na saída da então ministra do cargo. Na ocasião, a assessoria de imprensa da Casa Civil disse que Erenice não participou do encontro. A pasta reiterou ontem a mesma resposta: "A audiência foi pedida inicialmente com a secretária-executiva, mas, por incompatibilidade de agenda, foi conduzida pelo então assessor especial e atual chefe de gabinete da Casa Civil", informou a assessoria à época.

Wagner disse que Vinícius Castro, então assessor da Casa Civil e parceiro do filho de Erenice na empresa de lobby, estava na reunião. A Casa Civil nega: "Ele nunca participou de nenhuma audiência".

Ontem a PF decidiu prorrogar a investigação. Ainda não está definido quando Erenice vai depor.

À PF o consultor Quícoli reafirmou a presença de Erenice na reunião. Disse ainda que o nome da então ministra Dilma era usado pelo esquema de lobby como garantia do negócio. Segundo ele, Dilma era chamada de "grande dama" por Marco Antonio Oliveira, diretor dos Correios até junho e tio de Vinícius.

Quícoli disse à PF que, para viabilizar o empréstimo, Oliveira lhe pediu R$ 5 milhões "para saldar débitos particulares de Erenice Guerra e de Dilma Russef [sic]". A PF perguntou se Dilma e Erenice sabiam do esquema: "O depoente acredita que Erenice Guerra tinha conhecimento dos fatos. Que nada pode afirmar sobre eventual conhecimento ou participação de Dilma Russef [sic]", disse. Folha de São Paulo

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