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9 de outubro de 2010

Dilma sobe o tom de voz e manda ver: “aquela matéria [do O Globo] é ridícula”

Diante de tanto butim, a Petrobrás já perdeu mais que a BP em 2010

Na falta de respostas, ao ser confrontada com o fato de que o questionamento da matéria do O Globo, de ontem, não se devia ao fato de Cássel, seu ex assessor, ter uma empresa, mas sim porque ele fez negócio com a Petrobras, a petista não quis responder. Irritada, tratou logo de defender seu funcionário [que já foi seu assessor na Secretaria de Energia do Rio Grande do Sul e hoje é diretor de Gestão Corporativa da EPE] e desqualificar a matéria do jornal, chamando-a de ridícula.

Alguém esperava alguma atitude diferente da candidata petista? Claro que não. A tecla continua sendo aquela, de uma nota só: “Dirceu é inocente, Erenice é uma excelente funcionária; não tem nada de mais o fato de funcionários públicos, donos de empresas, terem relação com o Governo; etc etc etc”.

O fato é que o valor da Petrobras, em função dessas relações espúrias, já caiu mais que o da BP em 2010 (matéria abaixo). Nós, contribuintes otários, que fomos obrigados a capitalizar essa estatal, na bomba, na hora de abastecer nosso carro, tomamos um prejuízo de R$ 19 bi, graças ao receio de escândalos, que  Dilma insiste em chamar de “boataria” Por Arthur


Ontem o Augusto Nunes, a "Petrobras já foi privatizada" pelos companheiros, já não pertence ao Estado o que é explorado por amigos dos donos do poder. E eles ainda têm a petulância de querer apontar para as privatizações do governo tucano.


VALOR DA PETROBRÁS JÁ CAIU MAIS QUE O DA BP EM 2010
Estatal perde R$ 19 bi após capitalização com relatórios negativos e receio de escândalos, e sofre mais que britânica, culpada por desastre ambiental – Por Toni Sciarretta

Após levantar R$ 120 bilhões na maior venda de ações no mundo, a Petrobras já encolheu US$ 11,27 bilhões (R$ 18,8 bilhões) em valor de mercado, resultado de um movimento de correção de preços deflagrado pelos mesmos bancos que venderam a capitalização da empresa.

Relatórios negativos de analistas, receio de ingerência política -e de envolvimento em escândalos- durante o período eleitoral, além da diluição dos ganhos e de desrespeito ao acionista minoritário são os motivos alegados para a recente "desgraça" da companhia.
No ano, o valor de mercado da Petrobras caiu 27,58% -mais do que o da BP, protagonista do enorme acidente ecológico no golfo do México, que caiu 26,26%, segundo a Bloomberg.

Em dez dias, a Petrobras perdeu o posto de quarta maior empresa do mundo (atrás de Exxon, PetroChina e Apple) e caiu para o oitavo lugar, depois do Banco Industrial e Comercial da China, da mineradora BHP, da telefônica China Mobile e da Microsoft.

"A empresa não tem fundamentos [motivos] para esse valor. O investidor não comprou ação uma semana atrás e descobriu agora que há ingerência política na empresa e que o retorno é baixo", disse Nelson Matos, analista do Banco do Brasil Investimentos.

"É de se estranhar um banco oferecer a ação para os investidores e, uma semana depois, aparecer dizendo que vale menos", disse Erick Scott, analista da SLW.

Ontem, após três dias de queda, as ações reagiram -as preferenciais (sem voto) subiram 2,77%, e as ordinárias (com voto), 2,44%. Diante da instabilidade de preços, a empresa virou alvo de investidores que apostam na desvalorização dos papéis, segundo analistas. Quem acredita na baixa pode alugar a ação, vendê-la e comprar com preço menor.

"Ação da Petrobras virou papel de especulador. Não dá para saber o que ocorrerá em longo prazo com a companhia", disse Adriano Pires, diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura).

Lentamente, a estatal ruma para seu valor patrimonial, soma dos ativos descontada as dívidas, de R$ 297 bilhões. Ontem, o valor de mercado era de R$ 361,5 bilhões, segundo a Economática. Empresas de alto risco são negociadas duas vezes acima do valor patrimonial.

PESSOA FÍSICA
Os analistas recomendam que o investidor pessoa física nunca venda ações durante períodos de alta tensão, que podem ser de curto prazo. O conselho é esperar um período mais favorável para se desfazer do investimento.

Gigante, a capitalização despejou mais de 4 bilhões de ações, que os investidores domésticos e estrangeiros têm dificuldade em absorver.Grande parte dos papéis foi comprada por fundos de pensão, que não costumam negociar as ações diariamente na Bolsa de Valores. Folha de São Paulo


TCU APONTA MAIS IRREGULARIDADES EM OBRAS DA PETROLEIRA
A Petrobras aceitou pagar pela construção da rede de água do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) um valor três vezes superior ao preço que a Cedae (Companhia de Água e Esgoto do Rio de Janeiro) faz em uma obra idêntica.
Essa é uma das irregularidades apontadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União) em três processos de fiscalização das obras do Comperj, que a petroleira está construindo no Estado.

De acordo com os técnicos, as obras para a construção das unidades de etilbenzeno e estireno do Comperj estariam com superfaturamento, além de problemas de estimativas incorretas de custos e acordos antieconômicos com as construtoras.

Em nota, a Petrobras nega irregularidades, diz que colaborou com a auditoria do TCU e que o importante é o valor global do projeto, e não o preço de itens específicos.

Segundo os técnicos do TCU, a construção do sistema de abastecimento de água da unidade foi contratada por R$ 53 milhões. Nas obras do PAC em Duque de Caxias, que fica na mesma região em que está o Comperj, a Cedae planeja construir por R$ 17,6 milhões uma rede igual.

O relator do processo é o ministro José Jorge. Ele foi candidato a vice-presidente na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB) em 2006. Está no TCU desde 2008. O ministro determinou que a empresa apresente novas explicações. Por Dimmi Amora - Folha de São Paulo

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