Será com esta mesma lógica, que o Lula quer impor sua candidata ao Brasil? (Arthur)
Para contribuir na escolha do representante brasileiro ao Oscar de melhor filme estrangeiro, o Ministério da Cultura (MinC), decidiu promover em seu site uma enquete popular. O vencedor, disparado, foi o filme espírita “Nosso Lar”, que teve a preferência de 70% dos quase 128 mil votantes, em confronto com mais de 20 filmes inscritos. Por Helio Fernandes
Na verdade, apenas 1% dos internautas manifestou preferência pela escolha de “Lula, o Filho do Brasil” no site do Ministério. E a preferência popular, como se vê, não foi levada em conta pela comissão julgadora, formada por representantes do MinC, da Secretaria do Audiovisual, da Agência Nacional de Cinema e da Academia Brasileira de Cinema.
A cineasta Sandra Werneck, que inscreveu seu “Sonhos Roubados” como candidato à vaga, afirmou que a conotação política esteve colocada desde o lançamento do filme sobre Lula. E criticou a escolha: “Apesar de ter uma narrativa clássica, foi preparado para ser um filme-evento. Mas no histórico do Oscar, são os filmes autorais que mais ganham. A gente nunca consegue chegar lá”, disse a cineasta, acrescentando que os finalistas do Oscar serão conhecidos dia 25 de janeiro e a grande festa está marcada para 27 de fevereiro.
O jurado Leon Cakoff, que integrou a comissão, admitiu que o filme sobre Lula não é o melhor do ano. “O critério é chegar mais perto de uma boa repercussão. Mas a premiação do Oscar tem um retrospecto de filmes densos. Não acho que esse seja o caso. É uma falha da produção brasileira que temos de sanar.”
Na verdade, a indicação do MinC garante apenas a inscrição de “Lula, o Filho do Brasil” na disputa pela estatueta de Melhor Estrangeiro. Agora, a produção brasileira vai disputar com filmes de outros países uma das cinco vagas da Academia de Hollywwod para a categoria.
Como se sabe, os últimos filmes nacionais a concorrer ao Oscar foram “Central do Brasil” e “Cidade de Deus”, de Walter Salles e Fernando Meirelles. Ambos, excelentes, poderiam ter ganho. Fizeram bonito na disputa e no mercado internacional. Será que o “Lula, o Filho do Brasil”, fará carreira semelhante? Tribuna do Brasil
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